Bem viver e educação popular é o primeiro tema de aprofundamento proposto pelo Movimento de Educação de Base (MEB) em parceria com o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social no projeto de formação continuada e multiplicadora. A iniciativa nasceu com um seminário, realizado em 2017, que chamou atenção para a questão ambiental e foi apoiado com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade.
“Foram levantados no seminário uma serie de temáticas e problemas a serem enfrentados. Um deles é a educação popular para a nossa emergência da questão ambiental. Então, pensou-se que poderíamos fazer uma série de temáticas a serem relançadas aos que participaram dos seminários, os chamados multiplicadores dos conteúdos”, conta o padre Gabriele Cipriani, secretário executivo do MEB.
Realizado em Brasília, no mês de novembro de 2017, o seminário teve como tema “Água na perspectiva do Bem-viver” e foi oportunidade de reflexão sobre a luta dos movimentos sociais atingidos pelos desastres climáticos, grandes empreendimentos e da destruição dos biomas.
Padre Cipriani ressalta que a educação popular é debatida há muito tempo em vários lugares e indica o mote desta metodologia de ensino, voltado para a participação dos que estão no processo de aprendizagem. “A questão é como o povo participa, se interessa sobre essas questões vitais, como vive na rua, no trabalho, tem uma maneira de falar e se comunicar diferente da academia”, enumera como características próprias do público alvo dessa modalidade da educação.
Todo o material produzido para o projeto de formação continuada e multiplicado por agentes em todas as regiões do país também foi tema de debate durante o seminário de 2017. Neste processo também foi levada em consideração a compreensão dos indígenas “bem avançada” sobre o ambiente, haja vista o termo “bem viver”. “O objetivo é sempre tomar consciência de que a situação da questão indígena e amazônica são fundamentais, mas a agressão à floresta é muito grande”, completa padre Gabriele.