A Igreja faz memória nesta quinta-feira, 28 de janeiro, de São Tomás de Aquino, presbítero dominicano, doutor da Igreja, padroeiro das escolas católicas. Em sua breve vida – faleceu aos 49 anos – ofereceu uma contribuição histórica para a relação entre a fé e a razão.
Tomás de Aquino nasceu no castelo de Roccasecca, em Aquino, no reino da Sicília, no sul da Itália, no ano de 1225. Sua família, de origem nobre se destacou a serviço do imperador da Alemanha, Frederico II.
Chamado de “boi mudo” pelos colegas, devido às poucas palavras, Tomás fez valer uma promessa de seu professor, o também santo Alberto Magno: “Eu lhes digo que este boi vai berrar tão alto, que seu berro vai ecoar no mundo inteiro”. E assim aconteceu. De suas palavras a Igreja ganhou hinos, reflexões e celebrações que enriquecem a tradição e o pensamento teológico-filosófico até os dias atuais. Destaque para a “Suma Teológica”, obra na qual estão as bases da dogmática do catolicismo e considerada uma das principais obras filosóficas da escolástica.
São Tomás de Aquino foi responsável pela composição do texto da liturgia de Corpus Christi, a pedido do Papa Urbano IV, em 1264. Para a celebração, compôs também o hino “Pange lingua”, o qual inspira a canção da Bênção do Santíssimo cantada no Brasil.
Também é conferido à sua autoria o termo bem comum, ou bem público, termo adotado pela Doutrina Social da Igreja, como sendo “o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição”, de acordo com a Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et Spes. (Gaudium et Spes, n. 26).
São Tomás e a Eucaristia
Considerando sua importância na grande solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, o Portal da CNBB recorda algumas reflexões de São Tomás sobre a Eucaristia destacadas nos artigos dos Bispos:
“A Eucaristia é o maior dos sacramentos, nos ensina São Tomás de Aquino, e o principal dos milagres de Cristo, pois ele não cessa. O Senhor o realiza não só uma vez, em favor de alguém, mas o repete todos os dias, em centenas de lugares ao mesmo tempo, em favor de todos os filhos da Igreja, reunidos nas mais longínquas comunidades ou nos mais movimentados centros urbanos”.
– Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo de Juiz de Fora (MG), em artigo sobre a Eucaristia, centro de toda a liturgia.
“No canto litúrgico, ‘Pange Língua’, composto por Santo Tomás de Aquino, a pedido do Papa Urbano IV, para a Festa de Corpus Christi, de 1264, na estrofe “Tantum Ergo Sacramentum” (Tão Sublime Sacramento), há uma afirmação que sempre me fez bem pensar e rezar: ‘Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar’. Muitos cantos litúrgicos trazem verdades, poeticamente embutidas, quais pérolas preciosas que, às vezes, passam despercebidas. Esta é uma delas. Poucos se dão conta do que estão realmente cantando e rezando.”
– Dom Pedro Brito Guimarães, arcebispo de Palmas (TO), no artigo A fé por suplemento
“[…] o Deus grande e próximo, que fala aos homens com palavras humanas e se deixa chamar de Pai! Conhece-nos profundamente, pois somos obra de Suas mãos, soprou em nossas narinas o sopro da vida, e sabe o que necessitamos antes mesmo que nós o peçamos. Sobre esta realidade, já dizia Santo Tomás de Aquino: “Não oramos para que Deus tenha consciência de nossas necessidades; oramos para que nós tenhamos consciência da necessidade que temos de Deus.”
Cardeal Orani Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, sobre oração de intercessão
“Santo Tomás de Aquino afirmou: “Nenhum outro sacramento é mais salutar do que a eucaristia. Pois, nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou” que a Eucaristia constitui o maior milagre realizado por Jesus neste mundo.”
– Cardeal Orani Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, em artigo sobre Corpus Christi