Mensagem de amor aos políticos

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas (TO)

 

Mensagem de amor, de fé e de esperança aos políticos

 

“Dá, pois, a teu servo um coração que saiba escutar, capaz de governar teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Pois, quem pode governar este povo tão numeroso”? (1Rs 3,9).

A Arquidiocese de Palmas sente-se no dever de cumprimentar, agradecer e de congratular-se com todos aqueles e aquelas que fizeram parte e se envolveram nas Eleições Municipais, ocorridas no dia 15 de novembro, próximo passado, como candidatos, apoiadores e eleitores.

Como se tratavam de Eleições, alguns foram eleitos, mas todos ganharam porque se empenharam numa campanha política que julgamos, para além das acusações e agressões verbais, dentro das excepcionalidades, de bom nível. A Política engrandeceu os senhores e as senhoras, como também engradeceram a Política.

Atualmente muitos possuem uma concepção muito negativa de Política. “É um clássico literal falar mal dos políticos” (Cardeal Gianfranco Ravasi). Mas a Política é muito mais nobre do que a sua simples aparência. Não se pode viver e nem se desenvolver sem a melhor Política, aquela que se coloca a serviço do verdadeiro bem comum (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 154 e 177). É esta a Política que o Papa Francisco chama de “sublime vocação” e de “uma forma mais preciosa de caridade” (Fratelli Tutti, 180). Ainda mais, segundo o Papa Francisco,“a Política é um compromisso de humanidade e santidade” (Sala Clementina, Vaticano, em 23/11/2018). Quem ama a boa e a melhor Política, e se coloca a serviço dela, abre novos caminhos de esperança, de confiança, de solidariedade e de amizade social.

Reiteramos a necessidade de que questões ligadas às áreas sociais, educacionais, sanitárias e ecológicas continuem, em pauta, nas agendas políticas de todos, para além do fechamento da última urna eletrônica.

A Igreja, neste momento de profundas crises pandêmicas, precisa muito de leigos engajados na vida sócio-eclesial, a serviço do bem comum. Por isto fazemos votos que os senhores e as senhoras se sintam motivados a continuar sendo construtores da paz, arquitetos da justiça, testemunhas da solidariedade e da caridade e fermento novo dos valores do Evangelho de Jesus Cristo, na Igreja e na sociedade. Que brilhem as luzes dos bons políticos nas sombras deste mundo fechado em si mesmo. Que se faça ouvir o coro dos lúcidos.

Façamos nossas as sábias palavras de um poeta-político, com fama de santo: “Não se diga aquela habitual frase pouco séria: a política é uma coisa má! Não: o compromisso político é um compromisso de humanidade e de santidade; é um compromisso que deve poder envolver para si os esforços de uma vida toda tecida de oração e de meditação, de prudência, de fortaleza, de justiça e de caridade” (Giorgio La Pira, 1904-1977). São destes políticos que muito precisamos. Sejamos todos como Abraão, o nosso pai na fé, que esperava, mesmo contra toda esperança (Rm 4,18), entre sombras e luzes, dias melhores para todos.

Pedimos, por fim, sobre todos, a proteção de São Tomás Moro, Padroeiro dos políticos.

Com minha bênção!

 

 

 

 

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