Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Estimados diocesanos. Nossas mensagens de outubro nos colocaram no espírito do Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco. Junto com a oração e as reflexões, evidentemente, não pode faltar também o testemunho concreto ou atitudes missionárias, seja de modo ordinário ou extraordinário, seja nos ambientes de nossa vida cristã diária ou em nível mais distante (ad gentes = aos povos). Gostaria de apresentar exemplos bem concretos, em que estamos envolvidos:
- É importante que nós cristãos católicos saibamos que a Igreja do Rio Grande do Sul (Regional Sul 3 da CNBB) assumiu um projeto, chamado: Igreja Solidária, com nossos irmãos de Moçambique. Esta solidariedade acontece, sobretudo com orações, envio de missionários/as e coletas: “Em 2019 o Projeto Igrejas Solidárias Moçambique completa 25 anos. O que para nós, Regional Sul 3, é um momento de profunda ação de graças pelas inúmeras bênçãos que esta ação missionária tem nos proporcionado. Neste período mais de 50 missionários (as) partilharam da sua vida, junto ao povo moçambicano… o que corresponde no acompanhamento a mais de 140 comunidades cristãs. Desta forma, promovendo o seu fortalecimento e crescimento espiritual e social, e contribuindo na formação de inúmeras lideranças a partir de seus ministérios leigos e na vivência da Palavra e da Eucaristia. A presença da equipe se estende para toda a comunidade, além das estruturas eclesiais. Os pequenos projetos sociais que visam o auxílio na educação, sustentabilidade, acesso à água e à saúde têm como objetivo atingir todos aqueles que buscam apoio da Igreja, independente do seu credo. O incentivo as vocações locais, religiosas ou diocesanas é característica marcante do projeto. Para isto, mantemos o lar vocacional de Moma que visa acolher jovens estudantes, vindos das comunidades cristãs após acompanhamento, para discernir a sua vocação. Esta iniciativa que começou em 2009, resulta hoje em mais de 15 jovens que estão nas casas de formação. O esforço dos missionários e missionárias enviados, expressão da fé e da cooperação de nossa Igreja do RS, junto com as lideranças das comunidades, são o testemunho vivo em resposta à convocação de Cristo por uma Igreja em estado permanente de missão, próprio de sua natureza e identidade” (Regional Sul 3).
- Há também algumas dioceses do RS que colaboram com projetos de Igrejas-Irmãs, em nível nacional. O objetivo desses projetos é partilhar a fé, os dons da graça, as experiências pastorais, pessoas e recursos financeiros como gestos de caridade cristã para com as Igrejas da Amazônia e outras também necessitadas. A diocese de Santa Cruz do Sul já tem construído em sua história uma bela experiência com a Igreja-Irmã de SINOP, onde está nosso predecessor, Dom Canísio Klaus, e o bispo emérito, Dom Gentil Delazari, ambos de nossa diocese de Santa Cruz do Sul.
- Finalmente, desejo apresentar mais um testemunho missionário e fraterno entre as dioceses da CNBB: o Projeto Comunhão e Partilha. Este consiste na ajuda de 1% da arrecadação das diversas dioceses do Brasil para colaborar na formação dos seminaristas das dioceses mais necessitadas. Esta foi uma decisão unânime dos bispos da CNBB (2012) para sermos os primeiros a colaborar uns com os outros. Este espírito de entreajuda se inspira nos Atos dos Apóstolos, passa pelo Vaticano II e pelas Conferências Latino Americanas e do Caribe. É uma partilha fraterna entre as Igrejas.
Continuemos a ser generosos em nossas ajudas às missões. Acompanhemos o Sínodo para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco. É da Igreja, portanto, ele é nosso.