Os bispos do Brasil, reunidos em Aparecida (SP), na 57ª Assembleia Geral da CNBB, refletiram, na manhã do dia 4 de maio, sobre o pedido do Papa Francisco para a realização do Mês Missionário Extraordinário (MME), em outubro deste ano. O objetivo do MME, que terá como tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”, é “despertar em medida maior a consciência missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”.
A apresentação da proposta do Papa foi mais um passo em preparação para a realização do MME. Na ocasião, dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó (SC) e coordenador do Grupo de Trabalho que prepara as atividades de animação do Mês Missionário Extraordinário 2019, apresentou a cruz missionária que, inicialmente, será entregue aos bispos representantes dos 18 regionais da CNBB e, em outro momento, será enviada para cada arquidiocese e diocese do Brasil.
“Para as dioceses, a cruz será enviada e acolhida como material das Pontifícias Obras Missionárias. Então, todas as dioceses já receberam o guia e a bandeira e agora vão receber uma réplica desta cruz que depois poderá ser utilizada na programação e na vivência”, disse.
Dom Odelir destacou ainda as seis dimensões características do Mês Missionário Extraordinário, que são: encontro, testemunho, vivência formativa, caridade missionária, cooperação e celebrativa. “Na dimensão celebrativa se destaca a abertura do Mês Missionário, que faremos no dia 1º de outubro, no Santuário de Aparecida; também a Vigília Missionária que vai ganhar um destaque com a proposta do gesto concreto e a comunhão das dioceses, das paróquias e comunidades”, afirmou dom Odelir.
Em seguida, dom Odelir falou sobre as propostas para o desenvolvimento do tema a nível nacional, regional, diocesano e paroquial. “Nos foi pedido, também, que o Mês Missionário Extraordinário não fosse um acrescentar outros programas além do calendário que nós temos, mas inserir dentro da programação ordinária das Igrejas locais o espírito do Mês Missionário, visando então a conversão pastoral e despertar missionariamente as nossas comunidades”, completou.
Para este momento forte na vida da Igreja, foi sugerido, ainda, segundo dom Odelir, um gesto concreto. “Foi pensado isto no sentido de unidade, um gesto que nos ajudasse a viver juntos como Brasil, dioceses e prelazias. E aí sugeriram que no Dia Mundial das Missões seja feito um gesto que tenha três características: a saída missionária, a oração e a oferta, que é a coleta”, disse.
Os bispos presentes no Centro de Eventos acompanharam a apresentação de um vídeo sobre o Mês Missionário Extraordinário. Logo após, dom Giovanni Crippa, bispo da diocese de Estância (SE), continuou a apresentação sobre a celebração deste mês. “O primeiro serviço que a Igreja deve à humanidade de hoje, nas palavras do Papa Bento XVI: ‘A missão é algo que sempre acompanhou e deve acompanhar a vida da Igreja. As Igrejas particulares, portanto, não são uma porção da Igreja, mas toda a Igreja de Deus, que se torna presente em um determinado lugar a partir do qual deve resplandecer todo o Mistério de Cristo, vivendo as propriedades essenciais da Sua Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica’”, afirmou.
Dom Giovanni prosseguiu a reflexão sobre a missionariedade a partir da certeza de que “as Igrejas Particulares não são um todo em cada parte, mas exigem que as partes sejam ordenadas em um todo. É aqui que se situa, portanto, a Teologia da Comunhão. O espírito de comunhão consiste em comportar-se solidário em relação ao todo da Igreja. Portanto, a comunhão de cada um de nós com as outras Igrejas, a solicitude de cada uma para com todas é constitutiva da atitude de cada Igreja Particular”, disse. “A Igreja é chamada a manifestar a ânsia missionária de Cristo, que não tem limites. A Igreja é verdadeira se testemunhar que Deus ama não somente a nós, mas a todos”, completou.