Na quarta semana de agosto, lembramos no Brasil a vocação para os ministérios e serviços na comunidade. Lembrei-me de dois jovens alemães em Paris: Um deles, em estágio pastoral, enviado por uma Diocese alemã. Tinha tudo pago. Era inteligente, parecia íntegro, interessado em aprender o máximo. Mas não movia uma palha em beneficio de ninguém. Outro jovem, natural de Berlim, não era batizado, mas estava inquieto, em busca de Cristo. Era muito serviçal. Acompanhou a mim e a um amigo até a Conferência Episcopal Francesa e à “Missão Estrangeira”, onde há documentação de inúmeros mártires da fé, principalmente da Coréia, do Vietnã e do Camboja. Fomos até ao Santuário da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Meu amigo deu ao jovem inquieto uma bela medalha. O que o comoveu. Ao partirmos o pároco me comunicou que o jovem serviçal pedira o Batismo. O outro, o ensimesmado, é candidato à dominação.

Li nalguma parte que o serviço é o irmão caçula do amor. Sem amor, pode haver dominação e burocracia, mas não autêntico ministério. O apóstolo Paulo chama a atenção de que os ministérios devem ser exercidos em espírito fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor. “Eu vos exorto a vos oferecerdes como sacrifício vivo, santo e aceitável: seja esse o vosso culto espiritual”. E acrescenta: “Usemos os diferentes dons que possuímos segundo a graça que nos foi concedida” (Rom 12,1-6).

Para presidir o povo de Deus temos o ministério ordenado: Bispos, presbíteros e diáconos. Mas os fiéis leigos, em virtude do Batismo e da Confirmação, têm a obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar também para que o Evangelho seja conhecido por toda terra. O próprio Direito Canônico faculta aos fiéis leigos o exercício de diversos ministérios: “Onde a necessidade da Igreja o aconselhar, podem também os leigos, na falta de ministros, suprir alguns de seus ofícios. A saber, exercer o ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas, administrar o batismo e distribuir a sagrada Comunhão. (Cân 230, § 3).

Não se pode omitir que o papel específico dos leigos é estar na linha mais avançada da Igreja, na política, na economia, nas relações internacionais. É através dos fiéis leigos que a Igreja é chamada a ser o princípio vital da sociedade humana.

Nesta semana reconhecemos agradecidos a multidão de ministros e ministras dedicados às nossas comunidades. É uma obra de amor. Obrigado “servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus”, como diz Paulo aos Coríntios (1 Cor 4, 1).

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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