Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG)

(…) “esta mistura de óleo e perfume seja, por vossa graça, sacramento da vossa bênção; derramai com abundância os dons do Espírito Santo sobre os nossos irmãos, assinalados com esta unção;”
Fragmento da Benção sobre o Óleo do Crisma

A Quinta-Feira da Semana Santa marca a Abertura do Tríduo Pascal, tendo duas celebrações neste dia: A Missa dos Santos Óleos ou Missa do Crisma e a Missa da Instituição da Eucaristia, popularmente conhecida como a “Missa de Lava-Pés”. Neste artigo iremos falar um pouco mais da Missa do Crisma, também conhecida como “Missa da Unidade”, onde o bispo e o clero diocesano concelebram tal liturgia com dois pontos fundamentais: a bênção dos Santos Óleos (os óleos do Crisma, dos Enfermos e do Batismo) e a Renovação das Promessas Sacerdotais dos padres perante o bispo.

A Benção dos Santos Óleos marca a difusão do serviço da Igreja, a fim de garantir que os sacramentos sejam realizados durante todo o ano, afinal cada óleo é usado para um sacramento, pois “O Óleo do Crisma é misturado com perfumes, para significar o dom do Espírito no batismo, na crisma e na ordem; o óleo para os catecúmenos e dos enfermos, são sinais da força que nos liberta no mal e nos sustenta na provação da doença”, respectivamente (Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristão. Adaptado).}

Nesta mesma celebração, é realizada a Renovação das Promessas Sacerdotais, onde todo o clero diocesano, perante o Bispo, renova o compromisso da missão que Deus o designou, sendo a Unidade em Cristo, Sumo Sacerdote por excelência, a pedra fundamental para propagação da graça de Deus. Assim, “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que choram, para reservar e dar aos que sofrem por Sião uma coroa, em vez de cinza, o óleo da alegria, em vez da aflição” (cf. Is 61,1-3a).

Sendo assim, o sacerdote deve por primeiro buscar as forças da missão Naquele que os fizeram sacerdotes, pois “Jesus Cristo fez de nós um reino e sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele glória e poder pelos séculos dos séculos. Amém.” (Antífona de Entrada – Missa do Crisma). Assim, a missão se baseia para a difusão do Reino de Deus, logo “o padre não é para si. Não dá a si a absolvição. Não administra a si os sacramentos. Ele não é para si, é para vós.” (São João Maria Vianney).

Que através da Missa do Crisma, celebramos a vida de cada um membro do Clero, em especial, os padres de nossas comunidades paroquiais para que, mantendo-se na fé e na missão que Deus os chamou, sejamos o Povo ungido para a Glória de Deus Pai, transbordando o bom e suave odor de Jesus Cristo.

Saudações em Cristo!

 

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