Dom Diamantino Prata de Carvalho

O profeta Isaías pode ser chamado de profeta da esperança. Suas palavras são, por vezes, líricas, outras vezes, dramáticas. Elas açoitam os ouvidos e reverberam o coração. Ele denuncia situações deploráveis de injustiça e desordem; e anuncia a proximidade da salvação. Sua utopia faz eco ao sonho de Deus: fazer novo o mundo, onde as pessoas possam conviver na alegria, na justiça e na paz.

O Menino, anunciado por Isaías, faz reacender as esperanças do povo que anseia por vida digna e plena. Jesus vem concretizar essa promessa. Quem pode temer um Deus que se faz criança? Só mesmo aquele que tem um coração fechado e insensível e não percebe a beleza do cenário: o Menino se faz pequeno e pobre para vir ao encontro daqueles que, esvaziados de si mesmos, sabem acolhê-lo nos seus irmãos mais pequeninos…

A minoridade de Jesus aponta para o serviço-missão que ele irá realizar. Não vai fazer pacto com os grandes e poderosos, mas vem habitar entre os pequenos e pobres. É entre eles que se sente bem e os torna alegres na esperança. Foi aos pobres pastores que os anjos anunciaram a boa notícia: hoje, nasceu para vocês o Salvador! É a eles que o Menino se manifesta, por primeiro.

Maria, a virgem que acreditou, e José, o homem justo, extasiam-se com o relato dos pastores. No silêncio contemplam o mistério do Verbo encarnado. As palavras não são necessárias. O Menino é a Palavra que traz esperança de vida nova! É o consumador das expectativas de todos que o buscam e anseiam por paz e salvação

Também a nós foi confiada essa missão: sermos profetas da esperança e porta-vozes de boas notícias. Para tanto precisamos, sempre de novo, acolher e meditar a Palavra. É na força dela que podemos nos renovar e transformar a realidade rotineira e sombria de nossas comunidades. Carecemos do colírio da fé para reconhecer Jesus presente nos desvalidos e marginalizados de toda sorte.

Que o Natal do Senhor, que vamos celebrar, nos traga esse presente: sermos fortes na fé, alegres na esperança, solícitos na caridade!

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