Dom Fernando Arêas Rifan
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Viann
Estamos nos preparando para, no Natal, recebermos o Deus da luz, Jesus, Deus de Deus, Luz da Luz, como professamos no Credo. É assim que São João o descreve no início do seu Evangelho, como o Verbo, a Palavra eterna do Pai, que existe desde o princípio: “Era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, a todos ilumina. Luz que brilha nas trevas. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam…” (Jo 1, 1-14).
Hoje, coincidentemente, é dia de Santa Luzia, padroeira de Siracusa e da Sicília, na Itália. O seu nome vem do latim e significa portadora da luz. Ela é invocada como a protetora dos olhos, que são a janela da alma, por onde entra a luz. É uma santa do fim do século III, virgem e mártir da perseguição aos cristãos no Império Romano. Ela é considerada a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão. É uma das sete virgens mencionadas no Cânon Romano da Santa Missa.
Celebramos ontem, dia 12, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina, por ter ocorrido a sua aparição nos primórdios do Novo Mundo.
Em 1531, um índio convertido, Juan Diego, hoje santo canonizado, a caminho da Missa na missão franciscana, nos arredores da cidade do México, recebeu um chamado para subir à colina de Tepeyac, onde viu uma jovem de radiosa beleza, que o encheu de felicidade e lhe disse: “Eu sou a sempre Virgem Mãe do Deus verdadeiro, no qual vivemos, Criador e Autor do Céu e da Terra. É meu desejo que se construa aqui um templo em minha honra, onde eu derramarei o meu amor, socorro e proteção…”. E disse-lhe que fosse à casa do Bispo, transmitindo-lhe o seu pedido.
O Bispo o recebeu, mas não acreditou muito na sua história. Juan Diego foi dizer à Senhora que arranjasse outra pessoa mais digna para essa missão e não ele, pobre índio. A Senhora lhe disse que poderia ter escolhido outros, mas o queria para essa incumbência. Voltou ao Bispo, o qual lhe disse que deveria pedir à Senhora um sinal como prova de que ela era a Mãe de Deus. A Senhora mandou que ele colhesse ali, naquela colina rochosa e árida, onde nem vegetação havia, no frio do mês de dezembro, abundantes rosas de cor e perfume maravilhosos, as colocasse em sua manta e as levasse ao Bispo, como sinal. Apresentando-se ao Bispo, derramou na sua presença as rosas e o prelado caiu de joelhos maravilhado, não tanto pelas rosas, mas por algo mais extraordinário: na manta de Juan Diego aparecia impressa com beleza surpreendente a Senhora que o pobre índio tinha visto na colina de Tepeyac. Era o dia 12 de dezembro de 1531. Essa manta do índio é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, venerada por milhões de peregrinos no grande Santuário construído em sua honra, imagem que se constitui em um grande milagre até hoje. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já dura há mais de quatro séculos e meio. Nossa Senhora de Guadalupe é também invocada como protetora dos nascituros.