Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté –SP
Presidente da Pró Saúde
Natividade de São João Batista, o grande precursor de Jesus Cristo. Ele anunciava, revelando com vigor e fervor, a missão do Messias, dizendo: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo1,36).
1° São João Batista é lembrado e celebrado, liturgicamente, duas vezes, no ano: sua natividade e seu martírio. Ele era grande, não porquanto, parente de Jesus, mas por ser seu precursor. Anunciava-O e O mostrava presente, entre os homens. Fechou, com chave de ouro, o Antigo Testamento: era o maior dos nascidos de mulher, segundo o próprio Jesus (Mt 11,11). Até Herodes, o corrupto e assassino, o admirava.
2° Os primeiros discípulos de Jesus, são fruto do trabalho profético, e do testemunho do grande São João Batista. Ele, vendo Jesus, O identificou e O mostrou aos seus discípulos, dizendo: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,36). Então, eles deixaram o admirável precursor e seguiram Jesus. A bela e comovente cena é descrita por São João (Jo 1,36-42), onde, aqueles discípulos do Batista, perguntaram: Mestre, onde moras? (Jo 1,38). “Vinde e vede” lhes respondeu Jesus (Jo 1,39). Hoje, voltando-se a nós, o que nos diria? Certamente, “vinde e segui-me”. Vamos aceitar o seu convite? Como? Até que ponto?
3° Jesus teve precursores: os profetas e outros personagens, mas não sucessores, pois Ele é único. Deseja, porém, muitos discípulos e seguidores convictos. Fiéis, como João Batista. Aceitaremos?
4° O que mostra São João Batista, para nós hoje? Amor, fidelidade, testemunho e a necessidade de anunciar Jesus Cristo aos homens e mulheres da pós-modernidade, tão pobre da dimensão transcendente e tão pluralista religiosamente falando, quando não agressiva, valorizando pouco o evangelho e até a existência de Deus, afirmando: “Ele está morto”. Na prestação de contas, após a morte, seguramente, encontrar-se-ão com Jesus Cristo: “o que lhes acontecera”? Não sei, pois Deus é sumamente bom e Jesus morreu, para que ninguém se perdesse. Contudo, eu não gostaria de estar, na condição deles. A parte do “majestoso” Titanic, onde estava escrito, nem Deus pode… afundou, por primeiro, enquanto, a orquestra executava o significativo hino “Mais perto de meu Deus”. Mais perto de meu Deus? Ou mais perto do fundo do mar? Ambas as hipóteses são plausíveis…