Dom Fernando Arêas Rifan
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Amanhã, quadragésimo dia depois da Páscoa, foi o dia em que Jesus subiu ao Céu, a sua Ascenção, solenidade transferida para o domingo próximo, dia 12. “Não se perturbe o vosso coração!…Vou preparar-vos um lugar… Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 1-6). Foi o final da missão de Jesus aqui na terra, desde a sua encarnação. Ele nos ensinou o caminho da salvação; deixou aqui o seu ensinamento, fundou a sua Igreja, onde encontraremos sua doutrina e sua graça. Agora nos espera no céu, onde temos um lugar reservado por ele. Confiança! Pois.
Domingo também é dia das mães. Lembremo-nos de que Nossa Senhora é nossa mãe do céu, que quer o nosso bem: “Maria é a que sabe transformar, com uns poucos paninhos e uma montanha de ternura, uma gruta de animais numa casa de Jesus e é capaz também de fazer saltar um menino no seio de sua mãe, como escutamos no Evangelho; ela é capaz de dar-nos a alegria de Jesus. Ou seja, Maria é fundamentalmente Mãe… Sim! Maria é Mãe! Por quê? Porque te trouxe Jesus.
Maria é Mãe, primeiro, não se pode conceber nenhum outro título de Maria que não seja ‘a Mãe’. Ela é Mãe porque gera Jesus e nos ajuda com a força do Espírito Santo a que Jesus nasça e cresça em nós. É aquela que continuamente nos está dando vida, é a Mãe da Igreja, é maternidade. Não temos direito, e se o fazemos estamos equivocados, a ter psicologia de órfãos, ou seja, o cristão não tem direito de ser órfão. Tem Mãe, temos Mãe” (Papa Francisco, audiência de 25/10/2014).
Segunda-feira próxima, dia 13, é dia de Nossa Senhora de Fátima. A devoção a Nossa Senhora de Fátima nos veio de Portugal, onde Nossa Senhora apareceu a três pastorinhos, em Fátima, cidade portuguesa. Sua aparição se deu em plena primeira guerra mundial. Depois veio a segunda guerra, pior, quando as forças totalitárias e desastrosas do nazismo de Hitler foram vencidas pelos aliados, entre os quais estava também outra força totalitária, não menos desastrosa, o comunismo de Joseph Stalin.
Em Fátima, Nossa Senhora nos alerta, entre outras coisas, contra o perigo do materialismo comunista e seu esquecimento dos bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais se espalhando na sociedade moderna, vivendo os homens como se Deus não existisse: o ateísmo prático, o secularismo. Todos os sistemas econômicos, se também adotam o materialismo e colocam o lucro acima da moral e da pessoa humana, assumem os erros do comunismo e acabam se encontrando na exclusão de Deus.
Sobre isso, no discurso inaugural do CELAM, em 13 de maio de 2007, em Aparecida, o então Papa Bento XVI alertou: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século… Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas”. Fátima é, sobretudo, a lembrança de Deus e das coisas sobrenaturais aos homens de hoje. É o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos. É a mãe que vem lembrar aos filhos o caminho do Céu.