A leitura do capítulo 22 dos Atos dos Apóstolos, versículos 3 a 16, nos descreve esse acontecimento que celebramos no dia 25 de janeiro. O Apóstolo reconhece suas iniqüidades contra os cristãos e relata o episódio de sua conversão. “De repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu. Caí por terra …”. É a primeira impressão de toda conversão, o impacto da graça divina e a queda que só então sentimos, quando vemos o lodo em que o pecado nos atira. É quando nos sentimos, ainda, como perseguidores de Cristo e de sua Igreja, mesmo tendo sido batizados, com a missão, também, de sermos discípulos e missionários, como nos alenta o Documento de Aparecida.
A cegueira que sucedeu a Paulo é a mesma que nos toma para nos humilhar e consentir que a graça aja em nosso espírito: “Que queres que eu faça, Senhor?”. Sim, essa disposição do Apóstolo em acatar a vontade de Deus é a mesma que devemos ter. Acatar a vontade de Deus é disponibilizar-se a levar, também, a cruz que nos redime. Dizer “sim” ao divino chamado é deixar de ser um perseguidor e tornar-se perseguido, é carregar sem sofreguidão o madeiro que oprime, mas redime; é suportar as injúrias, sem permiti-las alcançar o alvo que propõe, Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Esposa Imaculada, a Santa Igreja. É estar sempre pronto para ir aonde a graça do Espírito Santo nos inspira, para evangelizar e santificar.
Nossa conversão deve ser constante, assim como incomensurável é a misericórdia de Deus que, insistentemente, nos levanta, sempre que acabrunhamos sob o peso de nossas misérias. Sua compaixão inexcedível nos conforta e nos encoraja a seguirmos adiante, fortalecidos pela meditação da Palavra e pela participação no Sacramento da Eucaristia.
É o que desejamos a todos os fiéis de nossa Arquidiocese de Juiz de Fora, que tenham sempre a humildade de reconhecer suas fragilidades diante de Deus e, mesmo assim, se abram para que o Espírito Santo lhes infunda os dons, principalmente os da Sabedoria, Piedade e Temor de Deus, para sermos testemunhas do Evangelho de Cristo neste mundo. Peçamos, ainda, a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ensine a fazer tão somente o que Ele nos disser.
