O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo recebeu ontem, 5 de outubro, em audiência virtual, a nova presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, de 26 anos. Participaram da conversa o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB, dom João Justino de Medeiros e o assessor político da entidade padre Paulo Renato.
A nova presidente da UNE nasceu em Manaus (AM) e cursou Pedagogia na Universidade Estadual do Amazonas (UEA) antes de mudar para o curso de Direito em São Paulo. Estudante cotista, Brelaz é a primeira mulher negra eleita como presidente da UNE em 80 anos. Sua escolha se deu em uma assembleia virtual dia 18 de julho deste ano.
No encontro, a estudante deu ênfase na apresentação das diretrizes da nova gestão da organização que representa os estudantes brasileiros e falou das perspectivas para o novo período. Ressaltou as preocupações da entidade sobre fundamentos e problemas do Brasil e do povo brasileiro como a defesa da democracia, o desemprego e o retorno da fome e da insegurança alimentar. “Nos colocamos à disposição para fortalecer as lutas a favor de nosso país, como o Pacto pela Vida e pelo Brasil defendido pela CNBB e OAB”, disse.
Convergência pelo Brasil
O presidente da CNBB usou uma metáfora ligada ao traço urbanístico de Belo Horizonte para reforçar que as organizações e entidades, apesar de diferentes, têm pontos de convergência. De acordo com ele, na capital mineira duas avenidas, a Amazonas e a Afonso Pena, desembocam na praça 7 de Setembro. “Tanto a UNE quanto a CNBB se preocupam com os rumos do nosso país e com a situação do povo brasileiro”, disse.
Ao saudar a primeira jovem negra eleita para a presidência da UNE, dom Walmor afirmou estar convencido de que o Brasil precisa ser reconstruído e que, neste processo, são muito necessárias a ousadia e a esperança características, segundo ele, próprias da juventude. “A UNE é uma organização plural e é muito importante a força da juventude neste momento de reconstrução de nosso país”, afirmou.
O presidente da Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB reforçou que ninguém, neste momento, é melhor que os estudantes para apontar o que está impedindo e fechando os horizontes da juventude brasileira. Ele apresentou a Campanha da Fraternidade 2022 cujo tema central será a educação. De acordo com ele, a CF 2022 é permeada pelo Pacto Educativo Global e pelos debates sobre a Economia de Francisco, ambos processos convocados pelo Santo Padre. “A CF vai buscar trabalhar uma perspectiva de educação defendida pela Igreja na linha humanista, integral e solidária”, disse.
Foto de capa: Yuri Salvador/Divulgação