O Batismo de Jesus e o nosso compromisso de santidade!

No último domingo celebrávamos a Festa do Batismo de Jesus. Com esta festa encerramos o ciclo do Natal e iniciamos o Tempo Comum, que em 2010, é dedicado ao estudo do Evangelho de São Lucas.

São Lucas, mais que os outros evangelistas, acentua que Jesus expressa o amor de Deus pelos desprezados deste mundo, tanto com as atitudes, como com a sua mensagem. Expressa sua simpatia para com: os pecadores, “pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”; os samaritanos; as mulheres. Isso expressa também a rejeição dos ricos, e a bem-aventurança dirigida aos “pobres” e aquele que “agora passam fome”. Lucas se baseava no pressuposto de que em Jesus o amor divino para com aquelas pessoas dadas como perdidas aos olhos dos homens tornou-se realmente salvação já aqui e agora.

Assim neste último domingo nós contemplamos o início da vida Pública de Jesus, com o seu Batismo. (cf. Lc 3. 15-16.21-22) O Batismo de Jesus foi acompanhado de três fatos: Primeiro –  “Os céus se abriram…”: Deus encerrou o seu silêncio e abriu seu coração e voltou a ser amigo dos homens. É o momento da reconciliação entre o céu e a terra, entre Deus e os homens. Segundo – “O Espírito Santo desceu sob a forma de Pomba”: este fato relembra o dilúvio quando o céu estava fechado e a pomba com o raminho de oliveira foi o sinal de que a paz havia sido restabelecida. Terceiro: “Ouviu-se uma voz do céu…”. Há 300 anos o povo não ouvia a voz de Deus pelos profetas. Ao enviar o Espírito sobre Jesus, Deus voltou a falar com os homens. Era a TRINDADE presente comemorando o grande acontecimento.

Jesus precisava ser realmente batizado? É claro que não. João até não queria batizar Jesus. Mas Jesus queria mostrar que a sua atividade, que estava iniciando,seria a continuação daquilo que João Batista já estava anunciando. Por isso se compararmos as pregações de João Batista e as primeiras de Jesus observamos que são idênticas. O Batismo de João não era sacramento, sendo que foram instituídos por Jesus. Era um rito de iniciação à Comunidade Messiânica aonde renunciava ao pecado, convertia-se a uma vida nova e passava a integrar a Comunidade do Messias. Era uma antecipação do Batismo cristão, na “água e no Espírito”.

O que significa o Batismo para nós? Talvez saibamos da importância e da necessidade do Batismo, como nos descreve as Escrituras Sagradas: A Nicodemos, Jesus afirma: “Só se salvará quem renascer…”; na Ascensão, recomenda: “Ide… Batizai…”. São Paulo resumia as obrigações e esperanças dos cristãos: “Pelo batismo, fomos adotados filhos…” Sabemos bem o que o batismo realiza na pessoa: lava a mancha do pecado original; dá uma vida nova; nos torna membros do Povo de Deus e da Igreja, nos torna Filhos de Deus e herdeiros do céu.

O Santo Padre Bento XVI ao refletir sobre o Batismo no último domingo asseverou: “É este mistério maravilhoso que constitui nosso “segundo nascimento” – o renascimento de um ser humano a partir do “alto”, de Deus (cf. Jo 3:1-8) – é realizado no signo sacramental do batismo. Por este Sacramento, o homem se torna realmente filho, filho de Deus. A partir de então, o propósito da sua existência passa a ser atingir, de modo livre e consciente, aquele que é, desde o início, o destino do homem. “Torna-te aquilo que és” – é o princípio básico de educação da pessoa humana redimida pela graça”.

Mais do que um gesto de tradição o Batismo nos dá uma nova constituição: a de filhos amados de Deus e seus discípulos-missionários. Que possamos assumir a nossa condição de filhos, na pureza de intenções, já que lavados de nossos pecados somos chamados a viver a graça da virtude e da santidade inseridos na vida da Mãe Igreja para darmos testemunho do Deus vivo.

Tags:

leia também