Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Nesta semana do desarmamento em que recordamos a lei 10.826 de autoria do Sr. Gerson Camata inspirador do Estatuto, é conveniente no clima de tensões violentas em Ucrânia e Meio Oriente refletir sobre a importância destas medidas em relação a Paz que todos queremos e desejamos. No dia 05 de março do presente ano foi celebrado pela ONU o dia internacional do Desarmamento e conscientização sobre a não proliferação de armas, o secretário da Entidade afirmou que os gastos militares seguem batendo recordes, apontando que 26.000 pessoas podiam ser tratadas da malária pelo preço de um tanque de guerra.
Configuram uma grave ameaça sobre toda a humanidade gerando desconfianças e estimulando conflitos bélicos cuja tendência é aumentar. O índice de estoques de armas nucleares permanecem em torno de 13.000, quantidade mais que suficiente para destruir o planeta várias vezes. Todos viramos reféns do medo e da possibilidade de um apocalipse nuclear com a eliminação da vida humana e de todas as criaturas sobre a face da Terra.
É urgente fortalecer o regime global de desarmamento e apoiar uma nova Agenda de Paz, com apelo a responsabilidade e consciência universal. É necessário acabar com essas ameaças antes que elas acabem conosco. Vem a nós a sabedoria do Papa São João Paulo II, quando substituiu o adágio romano se queres paz prepara-te para a guerra, por outro verdadeiramente evangélico: se queres paz prepara-te para a paz.
Encerrando esta breve exortação sobre o desarmamento gostaria de trazer este contributo do Compêndio da Doutrina Social da Igreja nº 511: “A postura dos Estados que aplicam severos controles sobre a transferência internacional de armamentos, mas não preveem nunca, ou tão somente em raras ocasiões, restrições sobre o comércio de armas leves e individuais, é uma contradição inaceitável.
É indispensável e urgente que os governos adotem regras adequadas para controlar a produção, o acúmulo, a venda e o tráfico de tais armas”. Sim a cultura de paz que semeia a confiança e a concórdia entre os povos e nações e ao estilo político da não violência, que nos torna poetas e artesões sociais da reconciliação e da misericórdia Deus seja louvado!