Dom Aloísio Sinésio Bohn
Por convite do Ministro Nelson Jobim e sob a coordenação de Dom Osvino Both, Arcebispo Militar do Brasil, um grupo de Bispos católicos visitamos a Amazônia. Ficamos impressionados com a ação de nossas forças armadas na selva, tanto em defesa das nossas fronteiras como na solidariedade com as populações da floresta. Mas também a presença dos missionários nos mais longínquos rincões da Amazônia nos edificou.
Visitamos várias comunidades indígenas. Na Diocese de São Miguel da Cachoeira encontramos um grupo de crianças que cantavam maravilhosamente. Falavam a língua deles e o português. Estavam pintadas com esmero. Perguntei a um menino: quem pintou você tão bonito? A resposta: “A mamãe”!
A surpresa maior foi constatar que o padre da comunidade é um indígena. Naturalmente, também pintado. Aliás, encontramos vários seminaristas indígenas, alguns já adiantados nos estudos superiores.
Tudo isto é fruto do trabalho de missionários, a maioria vindos da Europa. Hoje a Amazônia conta com missionários brasileiros também. Na Amazônia legal temos inclusive padres diocesanos da Diocese de Santa Cruz do Sul, ao lado de padres religiosos e irmãos.
O Dia Mundial das Missões visa despertar vocações generosas, com disposição para deixar a terra natal, o conforto e a própria cultura para testemunhar o Evangelho a povos nunca evangelizados, como eram nossos índios antes da vinda de missionários de além-mar.
Visa ainda motivar o povo a orar pelos missionários e pelo êxito da evangelização, mesmo à distância. Assim fez Santa Teresinha do Menino Jesus. E foi declarada padroeira das missões. Bem lembra o catecismo católico (nº 2044): “O próprio testemunho da vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem a força de atraírem os homens para a fé e para Deus”.
O terceiro objetivo do Dia Mundial das Missões é a coleta pelas missões. Pois os missionários passam grandes necessidades, fazem inúmeros sacrifícios pessoais e procuram ajudar a população pobre da área missionada.
O essencial, porém, é o anúncio de Jesus Cristo. Bem disse nosso Papa alemão: “Quem não dá Deus, dá de menos” (Wer nicht Gott gibt, gibt zu wening).
E nossos Bispos da América Latina fizeram esta linda proclamação: “Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus; na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (DA, 31).
Nossos Bispos concluem (DA, 29): “Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas; e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”.
