O espírito nos envia em missão

Neste final de semana, ao celebramos a Solenidade de Pentecostes, vivemos a alegria de dar mais um passo dentro do projeto “Belém em Missão”, que visa levar-nos a celebrar em 2016 os 400 anos do início da Evangelização de nossa Região, e também cumprindo o mandato de Jesus de “ser suas testemunhas até os confins do mundo”, fazendo eco ao chamado da V Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, da qual estamos comemorando o primeiro aniversário, de vivermos em missão permanente neste continente.

A experiência de Aparecida foi, para quem a viveu no interior da dela, marcante e deve marcar também os nossos trabalhos pastorais neste mundo em mudança e como presença de Igreja de esperança e confiança na Missão que o Cristo, que ressuscitou dos mortos, nos confiou.

A nossa arquidiocese viveu neste final de semana a sua “Festa da Unidade” deste ano. A cada ano temos uma maneira de vivenciarmos este fato e também anunciarmos para nós mesmos a necessidade de “sermos um” para que o mundo creia ao lado da animação própria que uma concentração de nossas comunidades nos faz experimentar.

Foram muitas as comemorações: Dia das Mães (a quem cumprimentamos e rezarmos), mês de maio, mês de Maria, aniversário da Rádio e da TV Nazaré, Semana de Oração pela união dos cristãos, unidos pela Solenidade que atualiza a vinda do Espírito Santo no Cenáculo e que levou os apóstolos a saírem anunciando Jesus Cristo ressuscitado. Também para nós foi esse momento de vivenciarmos esse mandato.

O envio dos evangelizadores é um tornar presente que todos somos enviados em Missão. A unção e a entrega da cruz missionária aos multiplicadores de cada paróquia significam que os “ungidos” de hoje continuam a missão do “Ungido do Senhor” para que neste mundo o Reino de Deus aconteça.

A Solenidade de Pentecostes é resposta ao evento “Babel” da dispersão das línguas, da confusão dos povos. Assim deveria ocorrer também hoje: a missão da evangelização é levar à sociedade a vida, a paz, o mundo novo em meio a tantas situações de morte e injustiça que vemos ao nosso redor.

Nesse tempo, em que uma certa prática levou a pensar que ser missionário é apenas conquistar prosélitos ou adeptos, queremos dar a dimensão universal da missão que é, fazendo às vezes de Cristo hoje, testemunhar a todos as esperança e levar aos que aceitam a vida e a paz. Dessa forma iremos construindo um novo mundo possível. Ser missionário não é disputa por adeptos mas sim o testemunho alegre que contagia, levando a pessoa humana a trazer à tona os bons sentimentos e atitudes. É tornar presente a manhã da ressurreição: depois de um tempo de dor e sofrimento testemunharmos que a vida triunfou e que nós fomos chamados a anunciar com uma alegria que contagia a todos – Cristo ressuscitou, Aleluia!

Celebrar Pentecostes é assumir a Missão de Jesus no hoje de nossa história, no chão de nossa vida e ser testemunha dessa luz que brilhará até os confins do mundo! É tomar a “tocha” nas mãos e correr para acender outros milhares por onde passarmos e por onde vivermos.

Depois de enviarmos, no final de abril, mais de 500 ministros da Palavra para que não faltem mais aqueles que presidem as celebrações dominicais em nossas capelas e começado, no início deste mês, a dar passos com perto de 50 homens casados para chegarem ao diaconato permanente, o envio missionário desse sábado, Vigília de Pentecostes, é a Igreja enviada ao mundo para todos, sem distinção, cuja missão deve multiplicar sempre mais pois o mundo necessita dessa boa notícia.

Passos importante nesta caminhada que deve nos amadurecer na convivência de irmãos que, sem fundamentalismos, ajudemos com a nossa vida a essa sociedade tão fragmentada e com uma grande dose de desilusão de suas entidades, organizações e contra valores na qual está sendo formada.

Temos sempre uma boa notícia a dar e isso nos move por dentro, e com imensa alegria saímos a campo para fazê-lo, pois, acima de tudo, além de nos acompanhar no profundo de nós mesmos, o Espírito nos envia em missão.!

Dom Orani João Tempesta

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