Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos
Já no final do ano litúrgico, somos convidados a refletir sobre a questão dos novíssimos, ou seja, o que acontece após a morte. Aproveitando uma polêmica com os saduceus, Jesus tem a oportunidade de explanar claramente seu ensinamento sobre a ressurreição. Este é o núcleo da Boa Nova do cristianismo, a certeza de ressuscitar para uma vida plena, sem limites, em comunhão total com o Deus Amor.
Esta é a grandiosa vitória de Jesus, a morte foi privada de seu aguilhão destruidor, a partir da Páscoa de Jesus a vida não nos é tirada, mas transformada. Não voltamos à antiga existência, não é um reavivamento, mas um entrar na posse de um corpo transfigurado que se relacionará de uma forma livre, profunda e graciosa com Deus, a humanidade nova, e o paraíso recriado num Céu e uma Terra também pascoalizada.
Nosso destino e futuro estão nas mãos do Redentor, que nos promete vida abundante e eterna. Como é bela e encantadora a mensagem da ressurreição, que pena que não a vivemos nem a saboreamos no dia a dia. Pois, todo dia, pela fé e no amor misericordioso, estamos experimentando e antecipando o amanhã luminoso da nossa Páscoa. Gostaria de terminar citando o testemunho de um jornalista salvadorenho ameaçado por um grupo de extermínio.
Ele postou a seguinte afirmação da sua fé no jornal onde trabalhava: “podem tirar-me a vida, mas o nosso Deus que defende a justiça e a misericórdia infinita para os pequenos me ressuscitará dando-me um corpo imortal para participar da Festa do Reino”. Quem acredita na feliz ressurreição vive sem medo, na confiança e aguardo, alviçareiro e esperançoso, do Dia do Senhor, que reunirá a todos/as os justos/as na sua Casa, onde seremos tudo Nele e para Ele. Deus seja louvado!