O rosto familiar e humano da Catequese 

 Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

 

Ao celebrarmos o dia do catequista e da sua vocação e missão, olhamos com maravilhamento para  os diferentes e múltiples interlocutores e destinatários da ação catequizadora atual. O Diretório da Catequese no capítulo VIII denominado : “A catequese na vida das pessoas”, inicia apresentando Catequese e Família.  

Já o documento conciliar Gravissimum Educationis assinalava os pais como os primeiros e principais catequistas e educadores dos filhos constatando que configura o primeiro lugar de transmissão da fé, pelo empenho espiritual, pelos relacionamentos conjugais e familiares e pelo exemplo e testemunho.  

Trata-se de uma catequese viva, próxima e essencial lembrando sempre que a família é ícone da Santíssima Trindade. Mas a família se constrói junto a família das famílias a Igreja, na corresponsabilidade de edificar juntos o Corpo de Cristo, dando passos firmes na continuação da iniciação a vida cristã, sacramental, espiritual, litúrgica e serviçal transformadora.  

Por isso é necessário manter vínculos e canais permanentes e profundos entre a comunidade familiar e a iniciação a vida cristã eclesial, visando a um crescimento constante na evangelização e santificação. Tendo em conta este processo de amadurecimento da fé, a família cristã torna-se por sua vez anunciadora e missionária capaz de irradiar a Boa Nova do amor familiar a toda humanidade e Criação, fazendo acontecer de modo simples e autêntico, a inculturação da fé, a semeadura dos valores do Reino e o surgimento da civilização do dom e da ternura.  

Um dos momentos mais críticos que vivemos como espécie humana foi a pandemia do COVID, que mostrou entre um dos poucos sinais de vida e esperança, a importância da casa, do grupo familiar, da solidariedade intergeneracional  e da fraternidade entre as pessoas para superar esta provação.  

A educação com a proposta do Pacto Educativo Mundial apresentado pelo Papa Francisco e uma Catequese Transformadora de inspiração e jeito catecumenal não poderá esquecer nunca a família, como protagonista, agente e comunidade eclesial primária, “eclesiula” pequena Igreja como a chamava São João Crisóstomo, pois assim poderemos avançar no sonho de Deus, uma família humana unida, liberta e reconciliada por Cristo nosso Irmão e Salvador. Louvado seja Deus! 

 

 

 

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