O tamanho da nossa pequenêz

Dom Aloísio Roque Oppermann

A Sagrada Escritura, uma enciclopédia de bom senso e de sabedoria, afirma com razão: “É um abismo o coração e o pensamento humano” (Sl 64, 7). Tendo convivido, já por tantos anos, com um número extraordinário de pessoas, faço contudo um resumo otimista da humanidade. Apesar da caminhada titubeante, a raça humana vai  para frente. Encontrei pessoas, de ambos os sexos,  com grande capacidade de doação em favor do semelhante; homens justos; corajosos; cheios de bondade; sábios;  repletos de fé; pacificadores; colaboradores com o bem comum. Mas também encontrei pessoas, em cuja vida “o dragão foi solto”  (Ap 20, 3). O que pensar de uma pessoa, cuja existência se resume em fazer o mal a homens, animais e plantas; que vive em oposição  contínua a gente que só faz  o bem; que tem fixação sexual permanente; que em questão de negócios sempre está prejudicando o semelhante; que perverte sexualmente os infantes e os jovens; que não tem fé nenhuma nas verdades eternas; que não teme a Deus nem aos homens…?

Diante desse quadro negativo, precisamos ressalvar os “pecadores ocasionais”, que erram, se arrependem, e retornam ao bom caminho. Dessa situação ninguém escapa. Sou testemunha ocular da conversão de tanta gente, que realmente mudou da água para o vinho. Vi gente que era uma “peste”, e tocados pela graça divina do Salvador e pela ajuda do próximo, chegaram a comportamentos não só aceitáveis, mas até exemplares. Mas o que dizer daqueles que são estruturados no mal?  Diante deles precisamos ser humildes e ouvir a advertência do apóstolo: “aquele que julga estar em pé, cuide para não cair” (1 Cor, 10, 12). Mas refletindo, descobrimos as três possíveis causas desse quadro. 1 – O próprio ímpio foi pervertendo seu coração, e direcionando suas inclinações  para o mal, a ponto de  torna-lo um hábito.  2 – Ele pode ter herdado geneticamente seus defeitos, e,  portanto com baixa responsabilidade, porque isso seria determinismo. 3 – Mas pode ser um defeito de educação. Essa é a maior causa. Nestes tempos moderníssimos a educação das novas gerações deve ser infinitamente melhor, ancorada na graça de Deus.  Só assim teremos um povo, moralmente mais sadio, e a humanidade estará mais livre de assaltantes, de pederastas, dos sexualmente mórbidos, dos tratantes e dos injustos…

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