Dom Paulo Antônio De Conto
Administrador Apostólico da diocese de Nova Friburgo

Queridos irmãos e irmãs, o mês de maio possui marcadamente a característica materna. Mês dedicado à Santa Mãe de Deus e também a todas as mães, que com carinho e dedicação expressam o amor de Deus no cuidado e formação de seus filhos.

Aproveitando a comemoração do Dia das Mães, celebrado no último domingo (10/05), vamos refletir sobre o valor da maternidade para a construção de um mundo novo, bem como a dignidade da mulher.

São João Paulo II, na carta dirigidas às mulheres (29 jun. 1995), afirma que todo discurso sobre elas deve sempre iniciar com um agradecimento, relembrando as palavras escritas na Carta Apostólica Mulieris dignitatem: “A Igreja deseja render graças à Santíssima Trindade pelo ‘mistério da mulher’  e por aquilo que constitui a eterna medida da sua dignidade feminina, pelas ‘grandes obras de Deus’ que, na história das gerações humanas, nela e por seu meio se realizaram” (n. 31).

Com estas palavras o Papa destaca que a história humana é permeada pela força e expressão feminina, que sensível à vontade de Deus realiza as suas obras. Quem de nós não têm em nossa história de vida uma mulher que seja exemplo de caráter, força e superação?

Lembro com muito carinho de minha querida mãe, que, com 12 filhos, educou a todos no caminho de santidade. Ela que em meio às dores de um difícil parto, como expressão de seu imenso amor, consagrou-me a Deus. Hoje, já falecida, a tenho presente em meu coração e recebo seu amor e carinho, mesmo na distância física.

Agradecemos a você mulher, ventre da humanidade, sorriso de Deus, guia dos primeiros passos, amaro do crescimento, ponto de referência no caminho da vida. Obrigado por levares ao seio familiar e social a tua sensibilidade, tua intuição, tua generosidade e tua constância. Obrigado pelo empenho em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade. Obrigado por seres mulher! (cf. João Paulo II, Carta às Mulheres).

É verdade que somos herdeiros de uma história que está permeada de ações discriminatórias da mulher, ignorando sua dignidade. Este modo de pensar empobreceu muito a humanidade inteira. Por isso, se faz cada vez mais urgente a renovação da fidelidade à inspiração evangélica que, nas atitudes de Jesus, nos impele à atitudes de abertura, de respeito, de acolhimento, de ternura, tendo como linha mestra a dignidade que a mulher sempre teve no projeto e no amor de Deus.

Por fim, parafraseando as palavras do Papa Francisco lembramos todas as mães com gratidão e afeto, confiando-as à proteção de Maria, nossa Mãe celestial, recordando também as mães que passaram para outra vida e nos acompanham do Céu (cf. Regina Coeli, 10 mai. 2020).

 

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