Oração e solidariedade pelo fim da pandemia

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Montes Claros

Nesta data, o Brasil já sepultou mais de 90 mil pessoas que perderam a vida para a COVID-19. Todo esforço, de cada um de nós, para evitar a contaminação é um gesto de amor à vida e à fraternidade. É gratificante reconhecer a solidariedade de um número incontável de pessoas em favor dos mais necessitados. Superam-se divisões pela generosidade que aponta a partilha como expressão do bom coração do povo brasileiro. A hora pede a união e a benevolência de todos. Sejamos muito agradecidos aos profissionais da saúde que têm se desdobrado no atendimento de infectados, cuidando, especialmente, dos que estão gravemente enfermos nos leitos das UTIs. Todos desejamos que os gestores públicos tenham lucidez e responsabilidade em cada decisão. É preciso coragem de quebrar barreiras e fincar estacas para alargar as tendas e não deixar ninguém sem os cuidados e atendimentos necessários. Há sempre algum gesto ao alcance de nossas mãos, quando alimentamos a bondade no coração para fazer o bem. Como o apóstolo Paulo, exorto: “Não nos cansemos de fazer o bem” (Gal 6,9).

Em recente visita à Paróquia Senhor do Bonfim, tive a inspiração de convocar toda nossa Igreja Particular para dirigir seu olhar e sua oração ao Senhor do Bonfim de Bocaiúva, pelo fim da pandemia. Como Igreja nos dirigimos ao Senhor crucificado e ressuscitado sob muitos títulos. É sempre o mesmo Bom e Amado Jesus. Ao exortar que supliquemos ao Senhor do Bonfim de Bocaiúva o fim da pandemia, trago no coração o sonho da unidade de nossa Arquidiocese ao redor d’Aquele que é o princípio e o fim de todas as coisas, Nosso Senhor Jesus Cristo. Que essa exortação chegue a todos os católicos para a comunhão na mesma súplica, lembrando-nos da promessa de Jesus: “Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei” (Jo 14,14).

Nesta hora grave desse ano de 2020, exorto todos os fiéis a intensificarmos nossas preces pelo fim da pandemia. E convoco o Povo de Deus para um gesto comum em toda a Arquidiocese. Vamos colocar os joelhos no chão, ainda que por alguns minutos, em oração, durante nove dias, de 1º a 9 de agosto, preferencialmente, cada dia, às 15h. Nas capelas e igrejas, nos conventos e nas novas comunidades, nos seminários e em nossos lares, dediquemos três minutos à oração. Repiquem-se os sinos das capelas e igrejas, às 15h, como chamado à oração.

  Com os olhos fixos em Jesus Cristo (Hb 12, 2), tendo na memória do coração o gesto redentor de sua entrega na cruz estampado na belíssima imagem do Senhor do Bonfim de Bocaiúva, rezemos juntos: “Ó Amado Senhor, colocamo-nos a teus pés e ajoelhamo-nos para contemplar o mistério do teu amor por nós. Meu Bom Jesus, sabes de nosso amor por ti e de nosso desejo de ser fiel ao teu Evangelho. Tu nos amaste e te entregaste ao Pai por nós. Mesmo com teus braços abertos e pregados não deixaste ninguém fora de teu abraço salvador. Ressuscitado, tu estás em todos os lugares e podes santificar os corações dos que creem em Ti. Ó Senhor do Bonfim, acolhe nossa súplica e de toda a humanidade. Livra-nos da pandemia da COVID-19. Por teu Santo Espírito inspira as pesquisas para a vacina. Recorda-te de tuas palavras “Esta é a vontade de meu Pai, que não se perca nenhum daqueles que ele me deu” (Jo 6,39). Salva-nos, Senhor, da enfermidade e de todos os males. Ó meu Bom e Amado Senhor do Bonfim, aumenta em nós a fé e a esperança para vivermos esse tempo cultivando o amor fraterno e a ternura por todos os irmãos e irmãs. Aceita esse nosso pedido. Amém.”

 

 

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