Oração pelas vocações

Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul

Caros diocesanos. Continuamos a viver a alegria do Tempo Pascal, que nos faz renovar as promessas batismais com todas as suas consequências, sobretudo na relação filial com Deus e fraterna com as outras pessoas. No próximo domingo celebramos o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Na mensagem do Papa Francisco encontramos o sugestivo título: “Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor”. Ele afirma inicialmente que nossa vida no mundo é fruto de uma vocação divina e não consequência do acaso. É Deus que vem ao nosso encontro e deseja acompanhar-nos nas estradas da vida, rumo à felicidade. O Papa destaca três verbos no processo vocacional: Escutar, discernir e viver o chamado do Alto, a serviço da salvação no mundo.

Escutar: Deus vem de forma silenciosa e discreta, respeitando nossa liberdade. Sua voz pode ser sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam mente e coração. Por isso necessitamos escutar com atenção sua Palavra e fazer a leitura de nossa vida com os olhos da fé, abertos às surpresas do Espírito. Não podemos ficar fechados em nós mesmos ou imersos nas propostas e estímulos frenéticos da sociedade que levam facilmente à dispersão e confusão interior, não permitindo refletir com serenidade o projeto de Deus em nossa vida vocacional.

Discernir: O Santo Padre continua dizendo que a descoberta da vocação só é possível pelo discernimento espiritual, ou seja, por um processo de diálogo da pessoa com o Senhor, sempre atenta à voz do Espírito. Assim o vocacionado chega a fazer suas opções mais profundas. Francisco ainda acentua que a vocação cristã tem sempre uma dimensão profética. O profeta é aquele que discerne os acontecimentos à luz da promessa de Deus e ajuda o povo a vislumbrar, nas trevas da história, os sinais de uma aurora. Ele supera as tentações da ideologia e do fatalismo e descobre, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama.

Viver: o texto papal ainda destaca que, segundo o Evangelho, nossa resposta não pode ser orientada pela lentidão ou preguiça, quais espectadores na janela, à espera de tempo favorável, sem o risco de uma escolha: “A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora”. O Senhor continua a chamar no hoje da história para viver com Ele e segui-lo numa particular relação de proximidade ao serviço de seu Reino. Se Ele o fizer, não devemos ter medo, pois é uma grande graça.

O Papa termina dizendo: “O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso ‘eis-me aqui’, nem nos assustar com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto”.

Estimulados pela palavra do nosso Papa Francisco, oremos pelas vocações para os diversos estados de vida na Igreja e apoiemos os que são chamados para que possam responder da melhor forma possível!

 

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