Este artigo baseia‐se na pesquisa “Perfil da Religiosidade do Jovem Universitário”, conduzida desde 1997 por professores do Departamento de Teologia e Ciências da
Religião da PUC‐SP. Entendemos “religiosidade” como uma dimensão humana, determinada pela história (social e pessoal) e pela cultura, que se articula à existência em sua totalidade dentro da construção de sentidos. Compartilhamos da intuição de teólogos como Torres Queiruga, Karl Rahner, João B. Libânio, Schillebeeckx e das abordagens de Weber, Georg Simmel e Danièlle Hervieu‐Léger. A pesquisa mostra que a religiosidade do universitário é intensa e fluida, e encontra dificuldades em se traduzir em linguagens e ações. Essa energia pode permanecer oculta, estéril, desperdiçada; se dispuser de um universo de linguagem para expressá‐la, porém, a juventude conseguirá reelaborar os materiais da tradição à luz de suas vivências geracionais e pessoais. Este artigo parte da construção histórica da juventude contemporânea; analisa sua relação com as religiões, tanto na juventude “em geral”, como nos sujeitos de nossa pesquisa; conclui com as imagens sobre Deus como expressão da religiosidade mais profunda.