Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
Por tantas vezes sentimos um grande vazio em nosso coração, como se não tivéssemos a quem recorrer nestes tempos tão difíceis, de incertezas e aflições. É normal esse sentimento de vez em quando, afinal, nossa fragilidade humana nos leva a isso. Mas, exatamente nesses momentos de aflição é que devemos nos voltar, com fé e confiança, Àquela que nos foi dada aos pés da Cruz como Mãe, Defensora, Consoladora e Auxiliadora: A Virgem Mãe de Deus e nossa Mãezinha. É preciso lembrar sempre que não somos órfãos, não estamos abandonados à nossa própria sorte, temos uma Mãe que nos defende, acalma e, constantemente, intercede por nós. Que honra termos a própria Mãe de Cristo como nossa Mãe! Apenas isso, termos a mesma Mãe, já deveria nos bastar para amá-La imensamente e a Ela recorrermos em nossas dores, pois, Ela, que teve seu coração transpassado pela dor, entende as nossas dores cotidianas e nos carrega em seus braços, como carregou o Menino Jesus e nos acolhe em seu colo, como O acolheu aos pés da Cruz. Como uma criança indefesa, que se aquieta no regaço de sua mãe, depositemos no Coração Imaculado da Virgem Maria, a Senhora de Lourdes, o nosso coração, as nossas necessidades diárias, para Dela obtermos a calma necessária para passarmos por toda essa turbulência que a pandemia nos traz. Quando dizemos Ave Maria, cheia de Graça, estamos afirmando que Ela é plenamente repleta da Graça de Deus, cheia do Espírito Santo e, ao recitarmos a Ladainha de Nossa Senhora, complementando a oração do Santo Terço, invocando-A em seus inúmeros títulos, reconhecemos o seu poder de intercessão diante dos desafios diários, pois Ela é e sempre será a via mais segura para nos aproximarmos de Cristo. Nossa Mãe Igreja é sábia, e, constantemente nos remete a novos meios de nos aproximarmos do amor e da graça de Deus, como fez há pouco, inspirando o Santo Padre, o Papa Francisco a acrescentar novas invocações à Ladainha de Nossa Senhora. O desejo do Papa Francisco é que, em meio ao caos causado pela Pandemia do Covid-19, soe-nos como um bálsamo invocar a Santa Mãe de Deus também como ‘Mãe da Misericórdia’, ‘Mãe da Esperança’ e ‘Conforto ou ajuda dos Migrantes’. Em tempos em que a necessidade da Misericórdia Divina se faz urgente para aplacar a disseminação do Covid-19; quando a virtude da esperança parece se esfriar em nosso coração e em que tantos irmãos e irmãs se afastam de suas terras buscando novos meios de subsistência e paz para seus familiares, quem mais, a não a ser a Mãe de Deus para nos conseguir, através de seu Coração Imaculado, que nossas súplicas cheguem ao Coração do Filho? Assim, atendendo ao apelo do Papa Francisco, invoquemos a intercessão Daquela que, cheia da Graça de Deus, pode rogar a Cristo para que Ele transforme a nossa água da desesperança, do sofrimento e da indiferença cristã em vinho novo, gerando, em seu Materno e Imaculado Coração, um novo coração em cada um de nós!
