Na sexta-feira, 16, Pastorais e Movimentos Sociais realizarão seminário sobre os impactos socioambientais dos grandes projetos existentes no Ceará, onde ações do agro e hidronegócios, de mineração, infraestrutura, transposição de águas, turismo e eventos desestruturam, expulsam ou ameaçam a qualidade de vida da população. O encontro acontece no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja e tem, em sua programação, momentos de discussão em grupo e de construção de estratégias de mapeamento das problemáticas abordadas.
Diante da crise ambiental que atinge o mundo hoje e que revela os limites da lógica de desenvolvimento que vem sendo implementada, os participantes discutirão também as mudanças climáticas potencializadas por essas grandes obras. No centro da discussão, também está a participação da população na definição das políticas públicas, pois muitos dos projetos, como a transposição do São Francisco, a instalação de eólicas e a realização das obras para a Copa do Mundo de 2014, contam com o apoio de governos e empresas que, para efetivá-los, não levam em consideração a necessária participação das comunidades nos processos de decisão sobre o destino e a utilização de seus territórios tradicionais.
Pretende-se, com o seminário, base de um encontro sobre o tema, que deve ocorrer no próximo ano, compartilhar discussões e criar uma articulação regional de denúncia e enfrentamento desses problemas. Para atingir esse objeto, o encontro reunirá representantes de comunidades, pastorais e movimentos sociais para possibilitar a integração política, cultural e a troca de experiências; e debater os problemas socioambientais e para a saúde humana, com foco nos impactos gerados localmente e nas mudanças climáticas.
O evento é uma realização das Pastorais Sociais, Cáritas do Regional Nordeste 1 (Ceará) e da Equipe de Animação das Campanhas da arquidiocese de Fortaleza, organizações que buscam, através da construção de estratégias comuns de enfrentamento, tornar gesto concreto a Campanha da Fraternidade 2011, que aborda o tema das mudanças climáticas e do aquecimento global. Conta com a parceria da Rede Nacional de Advogados Populares, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Fórum Cearense de Mulheres, Instituto Terramar, Fórum de Defesa da Zona Costeira do Ceará, Via Campesina, Frente Cearense por uma nova cultura das águas e contra a transposição do Rio São Francisco, Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza e Núcleo TRAMAS. Tem ainda o apoio do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade.
Mais informações: Ormezita – (85) 8800.1443 / Regilvânia: (85) 9934.3903