No próximo mês de junho encerra-se o Ano Paulino, proclamado pelo Papa Bento XVI, para comemorar o aniversário bimilenar do nascimento do Apóstolo das Gentes, São Paulo.
Ele nasceu entre os anos 1 e 10 da era cristã no seio de uma família judia que vivia na diáspora, na cidade de Tarso, situada na costa do mar Mediterrâneo. Como judeu recebeu o nome de Saulo e como cidadão romano, o de Paulo. Sua língua materna era o hebraico, mas em Tarso, aprendeu o grego e conheceu bem o império romano, sua organização, religião e filosofia.
Como judeu freqüentou em Jerusalém a escola do famoso rabino Gamaliel na qual foi instruído em todo o rigor da Lei de seus antepassados. Tornou-se um fervoroso fariseu e diversamente do seu mestre, aderiu ao grupo dos que eram hostis aos que seguiam o Nazareno.
Esteve presente no apedrejamento de Estevão e participou da primeira perseguição contra a Igreja de Jerusalém (cf. At 7,58; 8,1-3). Foi na viagem a Damasco empreendida por Paulo, com cartas de recomendação do Sumo Sacerdote e o Conselho dos Anciãos para prender todos os cristãos que encontrasse e trazê-los para Jerusalém a fim de serem castigados, que Paulo foi agraciado pelo Cristo ressuscitado com o dom da fé e da vocação para a missão. A aparição do Ressuscitado significou uma completa reviravolta na vida de Paulo. De perseguidor de Cristo, ele se tornou instrumento escolhido para difundir o nome do Senhor entre pagãos, reis e israelitas. Com a vocação para a missão, foi-lhe também mostrado o quanto deveria sofrer por causa do nome de Jesus (cf. At 9, 15-16). A partir daquele momento, a missão e o sofrimento serão inseparáveis na vida de Paulo.
Foi preso em Jerusalém, acusado de profanar o Templo e transferido para Roma, ficou preso por dois anos. Mais tarde, preso novamente, foi decapitado no ano 67, após o incêndio de Roma, ocorrido no ano de 64 e atribuído a culpa aos cristãos, pelo imperador Nero. Escavações feitas recentemente junto ao altar mor da basílica de São Paulo, confirmaram que, após seu martírio, o apóstolo deve ter sido sepultado no lugar onde se encontra o atual templo construído em sua memória.
“Conquistado por Cristo” no Caminho de Damasco (Fl 3,12), Paulo não parou mais de correr para alcançar a Cristo e ganhar para Ele, o maior número possível de pessoas (cf. ICor 9, 19-23). Ele é modelo para nós do evangelizador incansável e do missionário audaz que soube se aproximar de cada realidade cultural de sua época com a Boa Nova da salvação (cf. DAp 273). Como Paulo, conservemos a doce e confortadora alegria de evangelizar, inclusive quando é necessário semear entre lágrimas (cf. DAp 552). Recuperemos neste Ano Paulino, a coragem e a audácia apostólicas do grande apóstolo, cujo aniversário do seu nascimento, estamos a celebrar.