As arquidioceses de Belo Horizonte (MG) e Aparecida (SP), juntamente com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) assinaram no início da semana um protocolo para o início de um projeto que ligará os Santuários Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Piedade – Caminho Religioso da Estrada Real: de Padroeira a Padroeira.
Trata-se de uma rota entre os dois Santuários que prevê a instituição de um roteiro integrado de turismo religioso, destinado à peregrinação e meditação, com conceito e sinalização turística indicativa, baseados no Caminho de Santiago de Compostela, na Europa. Ao todo, serão 600 km de percurso, passando por 86 municípios de Minas e São Paulo.
O arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou a força da religiosidade mineira, lembrando que, dos dez milhões de romeiros que vão anualmente ao Santuário Nossa Senhora Aparecida, quase a metade parte de Minas Gerais. Além de terem em comum a devoção mariana, o arcebispo lembrou que os santuários da Padroeira de Minas e da Padroeira do Brasil partilham vínculos históricos. Conforme explica dom Walmor, o primeiro arcebispo de Aparecida (SP) e responsável por iniciar a construção do Santuário da Padroeira do Brasil, o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota (1890-1982), era mineiro e antes de ir para São Paulo foi capelão do Santuário Nossa Senhora da Piedade. De acordo com dom Walmor, o cardeal Mota sempre visitava Minas e o Santuário da Padroeira do estado, no alto da Serra da Piedade. O Caminho Religioso “será uma força religiosa, cultural e educativa. Tenho certeza que colocará Minas em um lugar ainda mais marcante no cenário nacional”, concluiu o arcebispo.
O secretario de Estado de Turismo de Minas, Agostinho Patrus Filho, lembrou que tanto o Santuário de Aparecida quanto o Santuário Nossa Senhora da Piedade são locais de peregrinação. Ele lembrou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de países que mais enviam turistas à Santiago de Compostela. Agostinho Patrus disse que o Caminho Religioso será reflexo da riqueza de Minas Gerais.
Representando a direção da FIEMG, o empresário Sérgio Cavalieri, que é presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), lembrou que a iniciativa contribuirá para o desenvolvimento econômico de todas as cidades que formarão o circuito.
A expectativa é que o Caminho Religioso comece a ser implantado em 2012, num prazo de seis meses.