Perguntas Importantes

Existe perguntas que sempre são importantes voltarem à nossa mente e à nossa vida. Neste início do mês de novembro, quando celebraremos o final do ano litúrgico na Festa de Cristo Rei, é uma ótima ocasião de algumas perguntas existenciais que sempre são necessárias.

Iniciamos este mês celebrando a solenidade de Todos os Santos e rezando pelos nossos fiéis defuntos no Dia de Finados. Com isso, temos a consciência de que somos todos predestinados à santidade – é a nossa vocação comum! Vamos correspondendo ao chamado de Deus na vida de cada dia.

Algum tempo atrás, alguns grupos tinham medo de falar sobre o assunto como se o nosso olhar dirigido para a eternidade nos alienasse das preocupações da busca de justiça e fraternidade em nosso planeta. O verdadeiro caminho para a santidade passa pelo nosso modo de viver como cristãos a cada dia de nossa existência. É aqui, nos embates de cada dia que estamos construindo nossa vida hoje e a do no futuro. A vida em união com a Trindade Santíssima começa pela fé e se conclui na “visão beatífica”.

A celebração do dia dos féis defuntos, que neste ano cai no domingo, é a oportunidade de retomarmos a nossa realidade discutida desde o livro do Gênesis: fomos criados por Deus para uma vida que não termina, mas passamos pela experiência da morte: um dia os nossos olhos se fecharão para as realidades deste mundo e se abrirão para o Eterno!

Normalmente as pessoas nunca estão preparadas nem para morrer, nem para aceitar a morte. As pinturas de muitos santos morrendo, tendo em torno a família ou comunidade no momento de uma despedida de quem parte para a eternidade, recordam um tempo em que a morte era encarada de outra maneira.

Os cientistas procuram de todas as formas prolongar a vida e tentam evitar a morte. A busca da cura e da saúde é bem-vinda, porém sabemos que um dia todos partiremos deste mundo. Alguns acham que aí termina toda a aventura humana, outros afirmam que vamos para o nada ou para o sono eterno, mas nós cremos com Cristo que, se andamos pelos caminhos de Deus, “poderemos estar com Ele no paraíso” no mesmo dia, como Ele disse ao “bom ladrão” do alto da Cruz no Calvário.

Essas celebrações marcam este início de mês com as perguntas sobre o sentido de nossas vidas: de onde viemos, para onde vamos e que sentido tem a nossa vida aqui neste mundo? Essas perguntas foram temas de muitos encontros de jovens, adultos e casais nos movimentos surgidos na época do Concilio Vaticano II e ajudaram muitos a mudar de vida.

Grande parte das pessoas não gosta dessas perguntas e tampouco as fazem. Muitos vivem como se a vida fosse apenas um desfrutar dia após dia os possíveis momentos de poder, ter e prazer que poderiam ser proporcionados nos enganos malignos em que caem.

Essa realidade aparece na vida de cada dia quando as pessoas se tornam escravas de tantas situações que, além de estragarem suas próprias vidas, deixam seus familiares e amigos apreensivos e tristes. Quantas violências e mortes poderiam ser evitadas se tivéssemos mais consciência da beleza de vida que Deus planejou para nós quando nos criou! A realidade do pecado com suas conseqüências está aí ao nosso redor.

É justamente por isso que é tempo de anunciar que os nossos pecados foram perdoados e pagos por Jesus Cristo, o Filho de Deus que nasceu de Maria e habitou entre nós, e está vivo ressuscitado em Sua Igreja, e é o nosso Caminho para a vida com o Pai e também para uma nova vida hoje.

N’Ele aprofundamos o verdadeiro sentido da vida e as respostas às interrogações existenciais do ser humano. Quando olhamos o céu que fizestes, lembra o Salmo, e para nós que conseguimos olhar muito mais longe com os mega telescópios de hoje, somos chamados a ver impresso, já na natureza, a revelação que um dia será plena em Jesus Cristo.

Para onde irei longe de teu Espírito? Não temos onde nos esconder! Hoje, com todo tipo de câmeras e de escutas telefônicas e com o aprofundamento das descobertas no microcosmo, sentimos ainda mais essa realidade. Ele está presente para nos salvar e dando-nos o verdadeiro sentido para nossas vidas não só alegrar-nos pela escolha para sermos cristãos, mas também levando-nos a construir um mundo mais justo e fraterno.

Essas perguntas fundamentais sobre o sentido da nossa existência, apesar de estarem sufocadas no coração de parte das pessoas devido ao estilo de vida que assumimos e vivemos hoje, estão presentes no mais profundo de nosso ser e teimam vir sempre à tona, mesmo para aqueles que não querem pensar sobre isso.

Quem sabe num desses momentos o coração se abra e busque, na luz da Fé, Aquele de onde viemos e para onde iremos e que dá sentido à nossa vida?

Dom Orani João Tempesta

Tags:

leia também