Terminou ontem, 14, a grande Pescaria dos Pescadores e Pescadoras do Xingu como forma de protesto contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no coração da Amazônia. Famílias dos mais de 250 pescadores que participaram da Pescaria iniciada no último dia 11, reuniram-se em frente ao prédio da Eletronorte, no cais de Altamira (PA), para preparar as manifestações. Ao meio dia iniciou-se a romaria fluvial com mais de 40 barcos carregando um pouco dos presentes no cais. Após a romaria aconteceu o almoço comunitário para mais de 800 pessoas entre pescadores, seus familiares e apoiadores da manifestação.
Os pescadores se preparam agora para a grande assembleia dos pescadores da região transamazônica Xingu, que deverá acontecer nos dias 25, 26 e 27, onde espera-se a participação de mais de 700 pescadores. No final do ato foi realizada uma coletiva de imprensa com a presença dos pescadores e, em seguida, foi feita a doação dos peixes pescados a várias entidades e instituições de caridade.
A pescaria teve por objetivo denunciar as ameaças que pesam sobre os povos do Xingu com a construção de Belo Monte, bem como tornar público o desrespeito às leis e aos direitos humanos. As populações de Altamira que dependem diretamente do rio para garantir o sustento de suas famílias como os indígenas, pescadores e ribeirinhos.
Os manifestantes exigem que não haja alterações no percurso natural do rio Xingu, preservando assim as diversas espécies vivas que habitam e dependem do rio. Os manifestantes pedem ainda a imediata paralisação da obra e o respeito ao direito das populações que sobrevivem dos frutos retirados do rio.