Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia, 15 de março de 1962, o presidente norte-americano, John Kennedy, fez uma importante declaração ao Congresso, consagrando internacionalmente os direitos dos consumidores. Percebia-se, naquela mensagem, a defesa do cidadão consumidor de adquirir, de forma segura, com informações precisas, e sem manipulação, os produtos ou mercadorias desejadas.
De lá para cá, foram-se constituindo códigos de proteção, instâncias jurídicas, como o PROCOM no Brasil, que dão firmeza e apoio ao consumidor lesado. Os produtos foram obrigados a fornecer informação de efeitos colaterais prejudiciais sobre a saúde física e mental, a durabilidade, prazo de validade e até as condições de fabricação e procedência que possam contrastar com a ética social e ambiental.
Surgiram ONGs, que avaliam os produtos, concedendo selos de qualidade, de autenticidade e de certificação ambiental. Tudo isto é digno de ser celebrado, pois representa a emergência de um consumidor mais seleto, inteligente e consciente, que assume a sua responsabilidade social, cívica e planetária, tornando o consumo um ato público que edifica sociedades adultas e convergentes.
untamente com estes avanços, desde Vance Packard, profeta da denúncia da propaganda subliminar, e da manipulação midiática, percebemos grupos e movimentos militantes que combatem a indústria do consumo fútil e superficial. Na Quaresma, o Papa Francisco pede que a espiritualidade cristã nos ajude a deixarmos de ser “devoradores” e coniventes com o consumo predatório, que vai devastando a Casa Comum, e tornando a própria vida um objeto de consumo, para sermos amigos e cuidadores da Terra, praticantes de um consumo sustentável e equilibrado. Deus seja louvado!