Dom Benedito Araujo Presidente
Bispo de Guajará-Mirim (RO)
Belém, 24 a 26/03/2025
Saúdo a todos (as)…
Em nome do Regional Noroeste, agradeço o convite e antecipo minha admiração e felicitação por este encontro — Igreja rumo a COP 30 – nobre inciativa, que se soma a tantas outras neste tempo que desafia a todos nós. Diante dos indicadores climáticos que nos aterrorizam, frente dos colapsos ambientais e climáticos do planeta, principalmente diante das tragedias de que somos testemunhas vivas a partir da realidade que nos envolve diretamente neste território amazônida; chegamos aqui, com experiencias diversas, sem perder a esperança, mais com a resistência ancorada na fé libertadora, como canta o salmista: “Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!” (Sl 90).
Como Igreja e sobretudo tendo conhecimento dos territórios de nossas jurisdições enquanto Igrejas Particulares, recai sobre nós a grande responsabilidade de acompanhar este evento que envolve todo o planeta, mesmo tendo que conviver com a indiferença e o espírito maléhco e sem limite de tantos.
Este chão amazônico, como Iugar anfitrião da COP 30, requer de todos nós a militância profética, a força e resistência, a visibilidade do conhecimento dos nossos territórios, os dramas dos seus povos, enfim o desrespeito a vida, a biodiversidade e seus biomas.
Entendo este momento, como oportunidade para fazer ressoar a partir dos rincões deste imenso Brasil, tantas conquistas referenciais, mais também tantos gemidos que talvez estejam aquém da pauta da COP 30.
Daí a pergunta que não quer calar: O que esperar? Que legado herdaremos?
Como diz o Papa Francisco na Laudate Deum “Não estamos reagindo de modo satisfatório, pois este mundo que nos acolhe está se destruindo, e talvez chegando a um ponto de não retorno” LD 2.
Com o olhar a partir do meu local de fala, o Noroeste, recordo que recentemente o renomado Prof. Afonso Chagas — UNIR, lançou o livro: AMACRO (porções dos estados do amazonas, Acre e Rondônia) — A reorganização do capital no campo da Amazônia.
Apresentando a importância deste livro, o Prof. Dr. Luiz Fernando Novoa — Unir – Cita: “…o acrônimo que passou a ser apresentado como “zona de desenvolvimento sustentável”a fim de dissimular o que de fato predomina nesta faixa: o crime ambiental organizado e a pilhagem de territórios de comunidadestradicionais..’’. e diz mais: “que o desmatamento daAmazonia é impulsionado e mantido por determinadas coalizões de interesse entre agentes econômicos e políticos que resultam em ordenamento territoriais “de fato”, que margeiam ou esgarçam os ordenamentos de direito..’’.
Obrigado!
Bom encontro para todos!
