“Estamos no momento tentando digerir tudo isso que aconteceu. Foi tudo muito rápido, foi uma situação muito tensa, só vimos tudo tremer. Depois nos damos conta que era um terremoto. Muitas casas destruídas, pessoas feridas”.
O relato acima é da Irmã Sueli Monteiro de Souza, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, missionária, desde 2014, no Haiti, país que foi atingido por um terremoto de magnitude 7,2, que atingiu a cidade de Les Cayes no último sábado, 14 de agosto. Horas depois do primeiro, houve novo terremoto, menos intenso, de grau 5,8. As regiões do sudoeste da ilha foram as mais atingidas.
Segundo a CNN Brasil, 1.419 pessoas perderam a vida e outras 6.900 ficaram feridas até o momento – estes números devem aumentar à medida que os esforços de busca e resgate continuam. A tragédia atinge o país em meio a turbulências políticas pois em julho, o presidente haitiano, Jovenel Moïse, foi morto a tiros em sua própria casa.
Com irmã Sueli, são 7 missionárias que atuam em três comunidades nas cidades do Sul do país: Corail, Bellab é Abacou. Nessas cidades, as irmãs são responsáveis por dois postos de saúde, cuidam da área social nas ilhas, nas comunidades e atuam na formação das jovens que desejam ser irmãs. “Estamos presentes junto com povo, junto com eles, nós estamos na igreja e essa nossa missão ser presente”, disse irmã Sueli.
O bispo de Chapecó (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odelir José Magri, manifestou solidariedade e comunhão na oração as famílias das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti.
“Estamos acompanhando a situação, em contato com a Conferência dos religiosos do Brasil, que tem uma missão de comunidade inter-congregacional atuando no país”.
Já o assessor da comissão, padre Daniel Luz Rocchetti recordou: “Lembramos que há alguns meses, em uma das Jornadas de Oração e Missão que a Comissão para Ação Missionária promove, sempre no primeiro dia do mês, colocávamos a intenção do Haiti. A oração é missão! A missão se faz também orando! Portanto, mais uma vez convidamos a rezarmos por esta sofrida população”, conclamou.
Ajuda emergencial
A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) expressou sua solidariedade em oração ao Haiti e aprovou imediatamente um pacote de ajuda emergencial para o povo haitiano.
A ACN está em contato com a Igreja local nas dioceses mais gravemente afetadas, a fim de avaliar onde reside a maior necessidade imediata. Mais detalhes serão decididos nos próximos dias.
Segundo o presidente executivo da Fundação Pontifícia ACN, Thomas Heine-Geldern, alguns relatos são comoventes. Ele destacca que o país vem sofrendo conflitos políticos desde 2019 e o assassinado do presidente da República, Jovenel Moïse, há apenas um mês, no início de julho.
“Em meio à onda de violência e sequestros que assola o país e com as notícias que nos chegam de secas e falta de água que já colocaram a população rural em uma pobreza ainda mais profunda – além de tudo isso, o terremoto de sábado já infligiu a milhares de famílias uma situação pior do que todas as outras. É uma situação insustentável e as pessoas estão em choque”, comentou.
Veja o relato da Irmã Sueli:
ACN enviará ajuda de emergência após o terremoto no Haiti:
Com informações da ACN e CNN Brasil