Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos
O terceiro domingo da Páscoa apresenta o encontro do Ressuscitado na vida cotidiana, na profissão e na labuta de trabalhar pelo pão. É altamente significativa a descoberta de Cristo vivo, pelos seus apóstolos, na volta às atividades normais de pescadores. Novamente, João, o discípulo amado, tem a prioridade no achado e na percepção do Cristo ressurgido entre eles. Simão Pedro, que estava nu, veste rapidamente sua roupa e se atira no mar, para ir á praia encontrar a Jesus.
O resto leva a rede repleta de peixes para aonde estavam Jesus e Pedro. A descrição de que tinha amanhecido, e a pesca abundante, atualizava o episódio da pesca milagrosa, quando Pedro tinha se entregado por inteiro ao Mestre confessando sua realidade pecadora.
Nesta feita, depois de fazerem a refeição, com peixes na brasa e pão, preparados para a ocasião, Jesus pergunta três vezes a Pedro se o ama mais que os outros, confiando a Igreja a seus cuidados e resgatando sua liderança no grupo. Celebrar a Páscoa é fazer a mudança do pecado e do medo para a reconciliação e a confiança, reorganizando a vida a partir do Ressuscitado.
Evangelizar supõe uma partilha de um novo sentido da vida, de reassumir com alegria e inteireza nossa vocação humana e cristã e caminhar sempre com Jesus. Torna-se necessário, para tanto, deixar de lado a noite da angústia e da incerteza, para despertar para uma vida nova de ternura e serviço na Igreja, a barca da misericórdia que tem como missão resgatar vidas, curar e soerguer pessoas como um hospital de campanha, e Casa da comunhão e da fraternidade dos seguidores de Cristo. Quem encontra o Ressuscitado sacia plenamente a nostalgia de um amor eterno e imperecedouro. Deus seja louvado!