A arquidiocese de Salvador (BA) reinaugurou o Palácio Arquiepiscopal da Sé, fechado há 20 anos. O prédio, construído do século XVIII, e reconhecido como patrimônio do povo brasileiro, foi restaurado e passou a abrigar um Centro de Referência da História da Igreja Católica no Brasil que receberá exposições permanentes e temporárias.
O antigo Palácio Arquiepiscopal da Sé, morada de bispos e arcebispos, e também Centro Administrativo e Pastoral da Igreja Católica no Brasil por mais de 100 anos, vai contar os quase quinhentos anos da história da Igreja Católica no Brasil; história esta que se confunde com o processo de ocupação e colonização do país, e da formação de nosso povo.
Durante a reinauguração, no último dia 6 de dezembro, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, disse que a restauração do Palácio é um marco para a cidade.
“Desde o começo do século XVIII este Palácio está aqui no Centro da Cidade. Para mim é uma alegria poder participar desse momento, vê-lo inaugurado, numa luta que começou desde que cheguei aqui em Salvador, em 2011. Além do mais, é um alívio saber que conseguimos chegar ao fim, em meio a esta crise do Brasil. Então, esse é um verdadeiro milagre”, afirmou.
Comandado pelo Instituto do Desenvolvimento Humano (IDH), o processo de restauração durou cinco anos e contou com investimento financeiro do BNDES, Itaú Cultural, Global Participações em Energia e Prefeitura Municipal de Salvador.
De acordo com a Arquidiocese de Salvador, os três pavimentos do prédio serão ocupados por exposições, realização de eventos corporativos. O térreo está destinado a exposições, a parte do meio será um museu: a Igreja no Brasil e o terceiro andar vai abrigar uma sala para reuniões e a sala para o arcebispo despachar.
Desde de 6 de dezembro, o espaço conta com uma exposição de presépios da coleção particular do engenheiro e arquiteto Celso Basto de Oliva. Acervo começou a ser montado em 1948, pelo seu pai, que mantinha a tradição em montar presépios e decorava-os utilizando diversos materiais, entre eles: papel, panos, vela, terracota, cristal e pedra-sabão. Segundo a arquidiocese, haverá ainda uma exposição de móveis dos séculos XVII e XVIII com curadoria do antiquário Sérgio Caloula e a exposição permanente “A Igreja e a formação do Brasil”, composta de acervo próprio e bens históricos remanescentes de outros prédios religiosos, como a antiga Catedral da Sé, que fora demolida em 1933 para dar lugar a atual Praça da Sé.
O palácio vai abrigar ainda o Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio Veiga (LEV), que irá expor importantes documentos históricos restaurados. O laboratório, que atualmente se encontra na Universidade Católica do Salvador (UCSal) – Campus da Federação, tem como missão restaurar, preservar, pesquisar e difundir o acervo documental da Igreja Católica no Brasil. O acervo conta com mais de 16 mil documentos, entre os restaurados e não restaurados.
Além disso, no segundo pavimento passa a funcionar o Centro Administrativo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Nesta área o prédio conta no seu acervo permanente o arcaz da antiga Igreja da Sé, a galeria dos bispos e arcebispos da Bahia e Primazes do Brasil e um espaço especialmente dedicado ao arcebispo Sebastião Monteiro da Vide, responsável pela construção do Palácio, atendimentos e audiências do arcebispo, bem como secretarias da administração da arquidiocese, uma capela episcopal, uma biblioteca e uma sala de conferência.
Com informações da Arquidiocese de Salvador e fotos de Sara Gomes