Destaques 2018: 56ª Assembleia Geral atualizou as diretrizes de formação do clero

Um dos pontos altos da caminhada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2018 foi a sua 56ª Assembleia Geral (AG) realizada em Aparecida (SP) de 10 a 20 de abril. Os cerca de 477 bispos católicos do Brasil que participaram desta assembleia tiveram como missão principal, entre um conjunto de temas, aprovar as novas “Diretrizes para a Formação de Presbíteros”.

O arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, relembra que a atualização das diretrizes para a formação dos padres brasileiros decorreu de duas exigências. A primeira delas foi a publicação, em dezembro de 2016, da Ratio Fundamentalis Instituitionis Sacerdotalis pela Congregação para o Clero do Vaticano, documento que atualiza as orientações de 1985 e explicita às igrejas locais como realizar a formação dos futuros presbíteros e a necessidade de formação permanente.

A segunda exigência diz respeito à mudança da realidade. “O tempo avança e muda e as exigências se transformam. Temos uma nova realidade da Igreja no Brasil e estamos vivendo transformações sociais, políticas e eclesiais”, disse. Esta nova realidade define também o tipo de candidato que se apresenta ao ministério ordenado. “Frente à estas exigências se sentiu a necessidade de fazer novas diretrizes para a formação do clero no Brasil”, afirma dom Jaime.

Até então, no Brasil, as Diretrizes para a Formação Presbiteral que orientavam a formação para padres foram aprovadas na 48ª Assembleia Geral da CNBB, em 2010. Com o novo texto, já aprovado pela Congregação para o Clero do Vaticano, a Igreja no Brasil vai buscar enriquecer a formação espiritual, humana, intelectual e pastoral dos futuros sacerdotes “com novos impulsos vitais, consoantes com a índole peculiar de nosso tempo”.

Bispo em celebração no Santuário de Aparecida (SP), durante a 56ª AG. Foto: Imprensa CNBB/Matheus Souza

Perfil do novo Presbítero – O arcebispo de Porto Alegre, um dos responsáveis pela elaboração do texto, conta que o novo presbítero, a ser buscado pela Igreja no Brasil, tem as seguintes características: “Homens verdadeiramente apaixonados pelo Evangelho do crucificado/ressuscitado, homens entusiasmados pela proposta do Reino e por isso capazes de se lançar generosamente no trabalho apostólico”, afirma.

As novas diretrizes, que ainda aguardam publicação, inspiradas na Ratio Fundamentalis, buscarão fortalecer quatro características que precisam ser destacadas na formação de presbíteros: a formação deve ser única, integral, comunitária e missionária. Um conjunto de outros temas fez parte da programação da 56ª Assembleia Geral dos Bispos.

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