A 12ª Romaria da Terra e da Água do Regional Nordeste 4 da CNBB (Piauí) reuniu nos dias 30 e 31 de julho, cerca de 20 mil pessoas, no município de Campo Maior. O evento teve ainda a participação de todos os bispos do Piauí e dos arcebispos de Palmas (TO), dom Pedro Brito e do recém-nomeado de Brasília, dom Sérgio da Rocha.
Este ano o evento refletiu o tema “Salvar a Terra e a Água é salvar a Vida”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2011, “Fraternidade e Vida no Planeta”, trazendo para a reflexão a perspectiva de uma mudança de comportamento e atitudes diante do descaso e da falta de cuidado com a natureza e o planeta.
“A Romaria da terra, denuncia, reflete e vem nos levar para um novo caminho de desenvolvimento onde a pessoa humana, nossas florestas e nossos mananciais são colocados como objetivos centrais do desenvolvimento”, afirmou durante o evento o anfitrião, bispo de Campo Maior, dom Eduardo Zielski.
Segundo o secretário executivo do Regional Nordeste 4, padre Luís Eduardo Bastos, a Romaria é um movimento de forte expressão popular que acontece de dois em dois anos e tem como objetivo denunciar as situações de degradação do meio ambiente, da terra e da água. “A romaria tem uma preocupação com as questões do meio ambiente; ela é uma manifestação, uma luta para a defesa da natureza e serve para mostrar a verdadeira realidade do homem do campo e das terras do nosso estado”, sublinhou.
Questões ambientais
Na tarde de sábado, 30, os romeiros, os representantes das dioceses e os bispos participaram de seis seminários temáticos que discutiam Questões da Terra e Agrária; Mudanças Climáticas; Mobilidade Humana; Impactos dos grandes projetos; Desenvolvimento Solidário e sustentável; Biomas: Cerrado e Catinga. Os seminários foram divididos por dioceses e realizados em várias igrejas.
“No Brasil cerca de 11 milhões de pessoas passam fome, no Piauí cerca de 600 mil passam fome; nós não vivemos numa sociedade sustentável, pois não tem alimento, terra, água para suprir a necessidade da população”, desabafou o assessor do seminário Desenvolvimento Solidário e sustentável, Gregório Magalhães.
Ainda no sábado, à noite, os romeiros saíram das igrejas e caminharam rumo à Praça de Eventos Valdir Fortes, onde fica o Açude Grande. Trata-se de uma área de lagoa natural que vem sendo modificada pela ação humana. Mede aproximadamente 3.100 m² e teve suas margens totalmente preenchidas por mais de 20 mil romeiros para simbolizar um abraço e chamar a atenção do poder público para os problemas ambientais e fortalecer a luta pela preservação da mãe terra.
No domingo, 31, a Romaria foi concluída com uma missa às 5h, na Praça do Complexo Valdir Fortes, presidida pelo bispo diocesano, dom Eduardo Zielski, com a presença de todos os bispos do Piauí e do arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha.