As atividades começam com uma caminhada saindo, às 8h, de frente do Estádio Municipal. A Romaria defende as comunidades tradicionais, que enfrentam os grandes projetos de grupos empresariais e latifundiários. Defenderá ainda a revitalização popular do Rio São Francisco.
O município de Januária e sua região são marcados pela presença de várias comunidades tradicionais, como os indígenas Xakriabá; os quilombolas; pescadores; vazanteiros; ribeirinhos; geraizeiros e outras, que lutam para garantir e preservar seus territórios.
“A resistência dessas comunidades é um forte exemplo de profecia e poesia. Esta resistência denuncia a privatização das águas, do agronegócio, da violência do capital financeiro que adequa o ser humano e a natureza ao fator econômico. E anuncia a revitalização do Rio São Francisco, que precisa ser popular e levar em consideração a vida do rio e do seu povo; a convivência com o semiárido e a descoberta das riquezas do sertão”, explicam Lívia Bacelete e Neusa Francisca do Nascimento.
Uma Semana Missionária, que começou no dia 11, ajudou na preparação da Romaria. Nestes dias, os missionários visitaram famílias na zona rural e urbana da região, refletindo e discutindo os temas da Romaria e hoje os romeiros começam a chegar a Januária para participar de uma noite cultural com apresentações da cultura popular das comunidades tradicionais.
Em Minas Gerais, a Romaria das Águas e da Terra acontece desde 1996. Neste ano, durante o evento, serão recolhidas assinaturas para Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra.
Serão recolhidas assinaturas também para a Campanha Opará, uma petição para o Supremo Tribunal Federal organizada pelos 33 povos indígenas do Nordeste impactados pela transposição das águas do Rio São Francisco.
