Sagrada Família profecia de Paz e ternura

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo  de Campos (RJ)

 

O Natal reúne as famílias e as fazem meditar sobre suas raízes, identidade e recordar os ascendentes, tudo isto com o olhar da fé. Jesus, ao nascer entre nós, inicia sua missão salvadora no lar, primeira comunidade, célula básica do convívio social e eclesial. Este ano, o Evangelista Lucas nos propõe a cena e narrativa da perda e do encontro do Menino Jesus adolescente no Templo entre os doutores da lei.

Momento de tensão e especial dificuldade da Sagrada Família, ao perceberem que Jesus não se encontrava na caravana de volta da peregrinação. Ao achá-lo, a preocupação se torna surpresa e mistério, não isento de perplexidade. Jesus mostrava sua sabedoria ao interpretar os textos da revelação aos doutores da lei e escribas presentes. Maria interroga a Jesus sobre a sua ausência, mostrando a preocupação de José e a sua própria.

O Filho responde que estava tratando das coisas do Pai. Ela silenciou e guardou suas palavras para meditá-las. Jesus partiu com eles mostrando obediência e solicitude filial. Este episódio ilumina, não só a sensibilidade que os pais sabiamente devem oferecer aos filhos, mas a cordialidade, diálogo, e empatia que possibilita, como no lar de Nazaré, encontrar a vocação, o Projeto de vida e a missão.

Assim, os pais, em comunhão e sintonia com o Pai das Misericórdias, acompanhando permanentemente os filhos, tornarão sua Casa um lugar de paz, partilha e ternura. Diante das dificuldades, crises ou até conflitos, nada melhor que não perder o foco, escutar e guardar no coração a presença, a alteridade e a abertura do mistério de cada filho, que trás dentro de si a imagem e desígnio do Deus Amor. Sagrada Família de Nazaré, nossa família vossa é!

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