São João da Cruz e os Islam

O que João da Cruz teria em comum com os místicos muçulmanos? Em quê aspectos Jalal ud-Din Rumi e Al-Hallaj se aproximam do famoso contemplativo carmelita?

Em nosso artigo, lançamos algumas pontes de diálogo inter-religioso, pela via da experiência mística cristã e sufi. Partimos do itinerário vivido por João da Cruz e a espiritualidade do Carmelo – reformado por ele e Teresa de Ávila. Depois, apresentamos brevemente a conversão de Muhammad (Maomé) e os inícios da mística muçulmana, chamada sufi. Localizamos elementos se aproximação entre João da Cruz e a experiência sufi, destacando a união com Deus e o respeito pelo Absoluto. Temos viva esperança de que o conhecimento desses místicos favorecerá nosso amadurecimento espiritual, enquanto cristãos, e abrirá portas para o diálogo entre o Cristianismo e o Islam.

1. João da Cruz e o Carmelo

Para abordar a experiência mística de João da Cruz faz-se mister uma cronologia de sua vida, ainda que sucinta. Sua vida foi breve, sem fatos insólitos ou curiosos. É no
curso do cotidiano – no sofrimento em silêncio, nas feridas abertas pela incompreensão, nas esperanças reavivadas – que floresce a santidade deste primeiro carmelita descalço, muito severo consigo mesmo, mas paciente e terno com todos os que o circundam.

O pequeno João nasce aproximadamente em 1542, em Fontiveros (Ávila), marcado pela pobreza que acompanhará também o seu futuro. Terceiro filho de uma família de tecelões, ele sofreu penúrias após a morte de seu pai, Gonçalo de Yepes, e um de seus irmãos. O sustento dos pequenos Francisco e João passou a depender exclusivamente da mãe, Catarina Álvarez, viúva e pobre.

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