São José: Padroeiro da Igreja

Dom Carmo João Rhoden 
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

 

 

Texto referencial: “Eis qual foi a origem de Jesus Cristo. Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Ora, antes de terem coabitado, achou-se ela grávida por obra do Espírito santo. José, seu esposo que era um homem justo e não queria difamá-la, publicamente, resolveu deixá-la secretamente. Mas o anjo do Senhor… apareceu-lhe em sonho e disse: José filho de Davi, não temas receber em sua casa, Maria tua esposa: o que foi gerado nela, provem do Espírito Santo e ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, pois Ele é que salvará o povo dos seus pecados”. (Mt. 1,19-21). 

Se a Pátria prestigia seus filhos mais ilustres, por que a Igreja, não deveria fazê-lo, também com os seus? Aliás, com maior razão: uma vez que alguns foram até santos e mártires. Eles são verdadeiro orgulho para Igreja: a mãe. Foram grandes na terra e são ainda maiores no céu. Quantos homens, na Igreja, não herdaram o nome de José? (onomástico). Não sem motivo: Ele é o padroeiro da Igreja em todo universo. A Igreja, o lembra ainda, no dia primeiro de maio: como o grande modelo do mundo do trabalho. 

O Novo Testamento, pouco dele fala, mas é o suficiente, para percebemos sua grandeza: era justo. (Mt 1,19-20). Justo diante de Deus, não somente, diante dos homens. Foi escolhido para ser o pai legal, ou seja, adotivo de Jesus e esposo da virgem Maria, por inspiração do Espírito Santo. Ele era da estirpe de Davi. (Mt 1,21).  Foi esposo amável, pai modelar e protetor exemplar (Mt 2,13). Para salvar o neonato, teve de fugir para o Egito, de onde voltou, quando, Herodes não existia mais. (Mt 2,15-16). Hoje convive, felicíssimo, com seu e nosso salvador Jesus Cristo, junto da esposa, nos céus. Por isso, rezemos; “São José rogai por nós”.  

Os evangelistas, não citam, nenhuma palavra, por ele proferida. Parecia, até, que fosse mudo. Mas não. Ele falou pela fé e pelo amor, traduzidos em boas obras. Nos primeiros tempos da Igreja, seu nome quase desapareceu, ofuscado pela glória do filho: o Salvador. Na idade média, começou aparecer mais e mais. Foi redescoberto e valorizado, por Santo Alberto, São Thomás e São Bernardo. A partir dali ele só cresceu em importância e no culto recebido. Foi declarado padroeiro da Igreja por Pio IX e advogado dos lares cristãos por Leão XIII. 

Hoje, quando há tantos atentados contra a grandeza e a importância da família, bem como aos bons costumes, rezemos: “São José, nosso protetor, rogai por nós”. Defendei hoje nossas famílias, como defendestes outrora a tua: a sagrada família. 

Os Santos não ofuscam a Deus Pai e a Jesus; somente ignorantes ou mal-intencionados o podem afirmar. A Igreja, sabiamente, chama o culto a Deus, à Eucaristia, de adoração ou latrêutico, aquele à virgem Maria, o denomina de hiperdulia, enquanto o dos demais santos do povo de Deus, de dulia, ou seja, o dos servos de Deus. Jesus é a cabeça da Igreja (Cl. 1,18) e seus membros, que mais sobressaíram, não são admiráveis? Por que, o corpo de muitos, até hoje, ainda estão intactos? Se Deus quis Maria Santíssima, como mãe do Salvador (Ele mesmo a escolheu), por que os filhos ou membros da Igreja, que são Santos ou até mártires, não poderiam ser venerados? A Igreja não tem culpa, se muitos são tacanhos ou irreverentes, quando não ignorantes, e assim se opõem a algo que, já, acontecia, quando a Igreja era ainda plenamente unida (ocidente e oriente). Se, já no Antigo Testamento, se pedia: “sede santos, pois Eu, sou santo, Eu, o Senhor vosso Deus” (Lv. 19,2), porque, na plenitude dos tempos, ou seja, hoje, isso não deveria acontecer?  

 

 

Tags:

leia também