Várias pessoas consideram o Documento de Aparecida, como um grande manual de espiritualidade.
De fato, já estão aparecendo várias releituras deste Documento, a saber: Bíblica, teológica, catequética, pastoral e espiritual para traduzir o Documento de Aparecida para o povo cristão.
Mas o Capítulo sobre a Formação dos Discípulos é o que revela melhor a espiritualidade. Neste capítulo encontramos o fio condutor de uma releitura bíblico-catequética, sobretudo quando diz que o ponto de partida para formar um discípulo é o fascínio, o encantamento e a experiência viva de Jesus.
Ali aparecem várias exigências que caracterizam esta experiência viva de Jesus, a saber: Deve ser um encontro vivo, decisivo, íntimo, eclesial, e que se torna missionário, a serviço da vida.
No Documento de Aparecida, os princípios sobre a Formação dos Discípulos tiveram o mérito de resgatar as exigências bíblicas do Discipulado que andavam esquecidas em nossa pastoral.
Mas agora surge o desafio pedagógico e catequético de como traduzir, aqui e agora, todas essas exigências tão claras nos princípios.
Sabemos que, na Catequese, uma via privilegiada de formação é a Pedagogia do Herói que para nós é o Testemunho de vida dos santos. Os Santos são os grandes modelos de vida e do seguimento de Jesus.
Na história dos Santos encontramos concretizadas todas as exigências do Discipulado.
Encontramos Santos apaixonados por Cristo; outros convertidos com uma opção decisiva; todos seguidores de Cristo até na cruz; muitos missionários a serviço da vida.
Mas, dentre os Santos, poucos atingiram tão bem o ideal das exigências do encontro com Cristo como São Paulo que aparece como o modelo acabado do Discípulo Missionário de Jesus.
Vamos então, através das Epístolas, conferir como São Paulo em sua vida realizou as várias exigências do discipulado.
Diz o Documento de Aparecida: O encontro deve ser decisivo. Quem de nós não conhece a história de Saulo que depois de um “encontrão” virou Paulo.
E de maneira fascinante: Sei em quem acreditei (2Tim 1,12)
E íntimo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gal.2,20)
E marcado pela cruz: Cumpro nos meus membros o que falta à Paixão de Cristo. (Col. 1,24)
E inserido: Sofro, de novo, as dores do parto, até Cristo ser formado em vós (Ga. 4,19).
E com prioridade total: Ai de mim, se eu não evangelizar (1Cor. 9,16).
Estamos no Ano Paulino, aproveitemos a Pedagogia do Modelo tão caro aos jovens, revelando São Paulo como modelo acabado do Discípulo Missionário de Jesus, para que n’Ele nossos povos tenham vida.