Está concluído o Ano Paulino. Louvado seja Deus pela inspiração e pela iniciativa que o nosso Papa Bento XVI teve. Quanta riqueza foi esse Ano para toda a Igreja. São Paulo, o grande discípulo missionário de Jesus Cristo, achegou-se a nós, entrou nas nossas casas e nas nossas comunidades, fez-se familiar e fraterno. Com toda a autoridade moral, agora doravante pode ser nosso modelo. Modelo de quê?
O Cardeal Arcebispo de Salvador, Bahia, Primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, responde a essa pergunta formulada, deixando por escrito a resposta na capa final do livreto “Liturgia Diária”, junho de 2009, publicado pela Editora Paulus. Nesse escrito, que merece ser trazido presente aqui, o Cardeal afirma que “Paulo é modelo do discípulo missionário de Jesus Cristo”. Eis o escrito:
“Em 29 deste mês, conclui-se o Ano Paulino, evento de dimensão universal que objetivou um conhecimento mais profundo dessa grande figura do catolicismo, que, segundo Rinaldo Fabris, ‘pode ser considerado o primeiro e o mais original “teórico” do cristianismo’. Os Atos dos Apóstolos e as Cartas Paulinas nos facilitam um conhecimento maior da sua vida e da sua ação pastoral. Antes do seu encontro com Jesus na estrada de Damasco, era impiedoso perseguidor dos cristãos. Após a sua experiência com o Senhor Ressuscitado, torna-se o mais aguerrido e apaixonado evangelizador como seu discípulo e missionário. Não satisfeito de ter fundado muitas comunidades cristãs, em diversos lugares, faz questão de acompanhar o processo de conversão de cada uma. Por meio das cartas a elas escritas, cheias de ternura e zelo paternal, acompanha o desabrochar da fé, regozijando-se com o seu progresso e sofrendo quando não agiam conforme a sua expectativa. Missionário itinerante como Jesus, criou para a Igreja verdadeira pedagogia catequética, válida até os nossos dias.
Frases de São Paulo muito citadas nos dois milênios de cristianismo revelam a importância do seu legado em épocas bem diferentes, indicando que o evangelho não tem tempo especial nem endereço exclusivo. É a verdade que liberta o homem em qualquer situação da vida. Apesar das aparentes contradições da sua personalidade – o que ele lamenta neste versículo aos Romanos (7,15): ‘Sei o bem que quero, mas faço o mal que não quero’ -, Paulo foi o modelo do discípulo missionário de Jesus Cristo, até o fim. Com muita transparência, confidencia a Timóteo: ‘Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé’ (Tm 4,7).
Será que, um dia, depois de muitas peripécias de discípulos missionários de Jesus Cristo, poderemos também nós com sinceridade fazer nossa essa frase paulina?”
Até aqui o escrito do Cardeal Primaz do Brasil. Olhando, pois, para São Paulo, poderemos perseguir a grande moção do Espírito Santo, que os nossos Bispos da América Latina e Caribe nos apresentaram: sermos discípulos missionários de Jesus Cristo com todas as nossas forças. Ele é nosso modelo, e que modelo!
Aproveitamos, com este último escrito sobre São Paulo, para agradecer, em nome da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-catequética da CNBB, a todos os articulistas que trouxeram reflexões tão oportunas e ungidas sobre São Paulo, modelo de discípulo missionário para todos nós.
