Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Neste Ano Nacional do Laicato, importa apresentar modelos de seguimento a Cristo que responderam fielmente à sua vocação e identidade de cristãos batizados, na situação e estado em que foram chamados, testemunhando a novidade do Reino. São Sebastião, capitão da guarda pretoriana, o grupo de elite que fazia a segurança do Imperador, pertence à longa lista de soldados objetores de consciência pela fé cristã.
Com heroísmo, depois de ter se recuperado das flechas de um comando de execução pelo crime de ser cristão e socorrer aos seus irmãos presos, vai ao encontro do Imperador reprovando sua perseguição cruel e injusta. Novamente é preso e torturado de uma forma bárbara e sub-humana, deixando seu cadáver na cloaca, onde será recolhido com zelo pelos cristãos que venerarão seus restos mortais. Sua história e mensagem fazem surgir um novo tipo de soldado que, a partir de Cristo, renuncia a guerra e ao uso da violência para se tornar um artesão e construtor da Paz, trazendo a verdadeira segurança e proteção à sociedade.
Ele, certamente, está presente nos soldados que se negam a torturar e abusar da força, dos militares que, no Império no Brasil, deixaram claro que não seriam mais capitães do mato captores de escravos fugidos, em todos aqueles que honram sua farda defendendo a vida, a democracia e o Estado de Direito, valores plenamente humanos e cristãos. Mas, ainda pelo seu martírio, São Sebastião encontra plena ressonância e imitação em soldados como o Marechal Rondon que expressou na sua missão e presença entre os indígenas do nosso país: antes morrer que matar.
Que São Sebastião proteja e abençoe a tantos servidores das Forças Armadas do Brasil e, em especial, no Estado do Rio de Janeiro, para livrá-los da truculência e sanha com que são confrontados pelos criminosos e possam ser valorizados e ser sujeitos de políticas de segurança, desenvolvimento e direitos sociais, que possam também diminuir o volume assustador e letal da violência. Lembrando já o lema da Campanha da fraternidade 2018: Todos somos irmãos, invocamos sobre todos os agentes de segurança a benção do Deus da Paz e da Vida. São Sebastião rogai por nós!
