Dom Severino Clasen
Arcebispo de Maringá (PR)
A missão da Igreja é anunciar a Palavra de Deus que conforta, estimula as pessoas para o amor e anuncia o Reino da esperança. “A Igreja, que é discípula missionária, tem necessidade de crescer na sua interpretação da Palavra revelada e na sua compreensão da verdade” (EG, 40).
Através dos grupos de reflexão, as Comunidades Eclesiais de Base, (CEBs), a Igreja na Arquidiocese de Maringá, alimenta-se da Palavra de Deus, organiza os fiéis para dinamizar a verdadeira evangelização. Todos os batizados são convidados para participar. A Igreja sinodal, caminhar juntos é o que mais se adequa aos moldes atuais para uma verdadeira evangelização. Não queiramos caminhar sozinhos, o meu movimento, a minha pastoral, estas não são as últimas respostas para a evangelização em tempos de intimismos, individualismos, fundamentalismo e materialismo exacerbado.
No mês do Sagrado Coração de Jesus, a ação evangelizadora deve ter os traços de comunhão, participação a exemplo do Mestre de Nazaré que convidou os discípulos para juntos anunciarem o Reino da alegria e da paz.
Consideramos a figura do guarda-chuva. A ação evangelizadora organiza-se em dimensões unindo experiências similares como força tarefa no anúncio da boa nova. Tomemos a dimensão dos trabalhos sociais que se realizam na Arquidiocese de Maringá. Quantas obras sociais! Quantas iniciativas espalhadas nas 59 paróquias desta Arquidiocese! A ação caritativa é a ação sociotransformadora. Neste guarda-chuva destacamos o testemunho do acolhimento, do cuidado, da cura, da sustentabilidade, da capacidade de ser solidário. Os serviços voluntários e remunerados oferecem oportunidades às pessoas em situação de vulnerabilidade. Precisamos do serviço de inteligência, de gestão, de espiritualidade para libertar as pessoas do sofrimento e exclusão.
A criação de um grupo de trabalho, com gestão profissional, olhar compassivo capaz de interpretar a nossa realidade. As pontas, os extremos devem se aproximar. Numa ponta temos os que produzem, que tem sustentabilidade, geram lucros, mas a fé conduz o olhar para o pobre, o sofredor. A outra ponta está o machucado, o caído na beira da estrada, abandonado, pobre, excluído. É preciso que o coração compadecido, exemplo do Sagrado Coração de Jesus, acolha, sustente, resolva o problema, ofereça oportunidade na vida.
Outro guarda-chuva é a família. Temos inúmeros movimentos, serviços, grupos de ação no mundo da família. É necessário, reunir-se, dialogar, conhecer, sonhar juntos para construir a verdadeira família que une, sustenta, educa na fé, desenvolva um humanismo solidário. Não podemos dispersar forças, fazendo com que cada um queira resolver o problema da família sozinho. Juntos somos mais e melhores. A fé, alimentada com uma espiritualidade da ternura, do acolhimento, da sustentabilidade, nenhuma família fique sem teto, alimento e sem educação.
Estamos caminhando para a Iniciação à vida Cristã com experiência catecumenal. Eis um outro guarda-chuva. O mundo da catequese, que coleciona um grande número de catequistas: padres, diáconos, religiosas e cristãos leigos e leigas estão construindo um modelo catequético para voltar às origens com ardor missionário a exemplo das primeiras comunidades cristãs. Todas as pastorais, os movimentos, a liturgia, as forças vivas da Igreja devem participar deste processo iniciático. Queremos oferecer essa riqueza milenar, talvez esquecida, recuperar e transmitir a fé com a mística do enamoramento no seguimento, sendo discípulos missionários do Cristo Ressuscitado.
Toda a força evangelizadora deve ser comunicada, transmitida, testemunhada. Nasce mais um guarda-chuva na ação evangelizadora: as Comunicações Sociais, as Redes Sociais. Temos Rádio, TV, Revista, Facebook, YouTube, Instagram, a Pascom, dentre outros para anunciar o que evangelizamos.
É elogiável a PASCOM (Pastoral da Comunicação), grande instrumento da ação eclesial na evangelização nas paróquias e comunidades de fé. São pessoas de boa vontade que estão presentes para filmar, fotografar, enviar áudios, vídeos, produzem revistas, jornais, boletins, transmitem a ação evangelizadora. O mundo precisa saber o que fazemos, o que sentimos, o que transmitimos pela força da fé que move a esperança.
Participe você também de um destes guarda-chuvas, pois outros ainda surgirão.