Secretário-Geral da CNBB concilia emergências da função com a participação remota na 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe

Do seu escritório, no segundo andar da sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília-DF, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Joel Portella Amado, está fazendo um exercício desafiador nesta semana: conciliar a sua agenda como secretário-geral da entidade à participação remota, junto a outras cerca de 1000 pessoas do continente, na programação da primeira Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, cuja versão presencial acontece na Cidade do México, até o próximo 28 de novembro.

O fato da participação ser virtual soa como uma vantagem ao secretário, uma vez que lhe permite, em certos momentos, atender às emergências que aparecem de última hora. A segunda vantagem apontada por ele, é a diferença de fuso-horário de “três horas para trás” da capital do Brasil com a Cidade do México. “Na verdade, estas três horas são os horários vazios. Os horários em que as atividades do secretário-geral diminuem, de 12h às 15h e depois das 19h às 23h”, disse.

Como membro da Comissão Nacional de Animação no Brasil do processo da primeira Assembleia Eclesial, dom Joel fez o mesmo percurso de preparação que o país fez durante o processo de escuta. Foi um tempo, segundo ele, de estudo, de procurar conhecer as questões levantadas e estabelecer contato com o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam).

“De modo muito especial, gostaria de destacar uma coisa. Como membro da Comissão de Animação no Brasil do processo da Assembleia Eclesial a minha preparação foi vibrar com as comunidades, participar com elas, ouvir o que os membros da equipe nacional e as dioceses manifestaram com perguntas, preocupações e curiosidades. Isto me ajudou muito”, avaliou.

Discipulado de Jesus Cristo

O secretário-geral da CNBB enaltece o processo de organização da Assembleia Eclesial, sobretudo a capacidade de envolver tanta gente. Em termos de conteúdo, ele dá destaque para as reflexões em torno do “discipulado de Jesus Cristo” e as implicações pastorais deste seguimento, um dos temas de reflexão na programação dos primeiros dias. “Ontem não tivemos trabalho de grupos porque eu fui um daqueles que não conseguiu ingressar nos grupos, mas isto acontece. Vi as duas conferências de ontem e de hoje”.

Dom Joel acompanha a conferência do cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, representante da CNBB no Celam e vice-presidente do órgão. Fotos: Ascom CNBB.

No momento em que a equipe do portal da CNBB conversou com o bispo auxiliar do Rio, ele estava acompanhando a conferência que o arcebispo de São Paulo (SP) e primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) e representante da entidade neste órgão, cardeal Odilo Pedro Scherer, falou aos participantes da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, na manhã desta terça-feira, 23.

Segundo dom Joel, a Igreja no Brasil tem um processo muito rico de caminhada sinodal expressa na forma como vive os diferentes ministérios, organiza as assembleias, os conselhos e a participação.  Essa “consciência da escuta” é uma das contribuições da caminhada do Igreja no Brasil à Igreja em outras regiões. “A Igreja no mundo inteiro precisa crescer naquilo que a gente chama de consciência da escuta. Um processo que não acaba nunca. Cada vez temos a noção que precisamos escutar mais. Podemos afirmar que a Igreja no Brasil tem muito a contribuir neste processo”.

 

 

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