Começamos a Semana Santa! Com o Domingo de Ramos a Igreja abre este tempo que marca o ano litúrgico, o qual culmina na festa central: a Páscoa da Ressurreição!

A celebração anual dessa Festa após os 40 dias de penitência é o renascer da esperança e a certeza de que o mundo novo vai sendo construído.

O Tríduo Pascal concentra nesses dias os sinais de nossa vida de fé e que celebramos a cada Eucaristia: Ceia Pascal, Paixão e Morte do Senhor, Ressurreição – é a Páscoa continuada no ano litúrgico!

Na Semana Santa encontramos diversos elementos que ocorrem simultaneamente: a liturgia da Igreja com as celebrações sóbrias que marcam o ritmo desse tempo e são as mesmas em todas as comunidades; as celebrações da piedade popular, grande parte vinda da península ibérica, com suas manifestações diversas e que dependem das regiões e locais os vários tipos e estilos e, depois, as manifestações culturais que são ainda mais variadas e opcionais.

Seria muito bom que não perdêssemos os momentos litúrgicos do tríduo pascal: na Quinta-feira Santa à noite a celebração da Ceia do Senhor, atualizando a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, quando temos também o “lava-pés” e ao final a Vigília Eucarística”. Na Sexta-feira Santa ocorre a celebração da Paixão do Senhor por volta das 15 ou 17 horas, com uma celebração especial da leitura da Palavra de Deus, a grande Oração Universal, a apresentação e o beijo da Cruz, seguido da Comunhão Eucarística. Após a celebração da Quinta- feira Santa à noite até a Vigília Pascal a Igreja não celebra a Missa e nenhum outro sacramento. No Sábado Santo há a grande Vigília Pascal, pensada inicialmente para ser a grande celebração noturna que inicia depois do pôr do sol do sábado e conclui ao amanhecer do Domingo de Páscoa, com a beleza dos sinais que fazem parte dessa noite bendita: fogo novo, círio pascal, leituras abundantes, eucaristia, renovação das promessas batismais e, onde houver pessoas preparadas, batizados. Com a celebração da Vigília Pascal começamos o tempo da Páscoa, inicialmente com uma Oitava (oito dias de festa do Domingo de Páscoa) e que são prolongados durante 50 dias, até Pentecostes.

O costume de desejar “Feliz Páscoa” entre nós deve continuar como manifestação de nossa alegria e nossa fé. Em algumas regiões até hoje existe a substituição dos cumprimentos diários por frases pascais ao se encontrarem os cristãos: Cristo Ressuscitou verdadeiramente, Aleluia! Verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Infelizmente alguns símbolos pascais transformaram-se em chocolate e os cumprimentos apenas em cartões. Para muita gente, a beleza e importância desse momento não conta e somente se pensa nesses dias apenas como um “feriadão a mais”, esquecendo-se desse grande e belo momento de viver a fé em sua comunidade.

Com a luz pascal nós também olhamos todos os nossos passos e nossas vidas. Aquele que venceu a morte na Cruz e está hoje Ressuscitado também nos quer ressuscitados. Por isso, a Páscoa é o reacender da esperança no mundo novo. A nossa sociedade cansada de guerras e violências clama por tempos novos, por um mundo novo! Essa é justamente a mensagem de Páscoa para as pessoas, para as comunidades, para a sociedade. “Eu creio num mundo novo, pois Cristo Ressuscitou” está junto com “Cantai, cristãos, afinal: salve ó vitima Pascal”!

Para quem acredita que o próprio Deus veio morar no meio de nós em Seu Filho Jesus Cristo, e deu a sua vida por nós morrendo na cruz, onde venceu a morte e abriu a pedra que tapava a entrada do túmulo, ressuscitando – é também a grande confiança que temos de que o mal não perdura e que a vida sempre triunfa. Por isso, não desanimamos com a maldade do mundo e os problemas pessoais e comunitários, mas somos chamados a ser sinais dessa vida e dessa esperança renascidas e que, para onde, com certeza, a Páscoa nos conduz.

Participemos da Semana Santa, e em especial do Tríduo Sacro, acolhendo o Senhor que para isso nos conduz, renovando a nossa vida e coração para que a experiência pascal ilumine os nossos caminhos durante o ano.

Dom Orani João Tempesta

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