Uma descoberta importante da Psicologia, feita sobretudo por Freud, foi a do nosso inconsciente. A humanidade, que se considerava totalmente segura nas suas decisões, através do livre arbítrio, de repente descobriu que nem sempre é assim. Nos refolhos de nossa alma, há dobrinhas secretas que, sem o percebermos, influenciam absurdamente nossas tendências, objetivos e tomadas de posição. Só nos cabe pedir ao autor do nosso íntimo: “Das profundezas clamo a ti, Senhor” (Sl 130, 1). Mas, entre outros, Fromm descobriu que existe também o inconsciente coletivo. Este se manifesta, segundo a minha leitura, em muitos acontecimentos, até certo ponto, incompreensíveis. São as tendências, as “modas” sociais, cuja gênese ninguém conhece. Os jornalistas, mais captam no ar essas idéias, sem seres seus criadores. Lembro aos incautos, que essas idéias são apenas uma tônica, coexistindo com objetivos diferentes e até contrários.
De repente, todo mundo se torna discípulo da igualdade e fraternidade da revolução francesa. Quem quiser se considerar moderno, precisa se inclinar às idéias dos iluministas. Num estalar de dedos, o marxismo e sua luta feroz contra as classes possidentes, se torna predominante entre os acadêmicos. Os países que querem ser atualizados precisam ser socialistas. No que deu essa aventura já o sabemos de sobejo. Sem aviso de advertência, não pode haver mais nenhuma mulher, nem quero dizer gorda, mas com uns quilinhos a mais do que prescrevem os especialistas. E agora, depois de uma boa experiência democrática, aparece a democracia bolivariana, entre certas nações sul-americanas (Venezuela, Equador, Bolívia, com forte estímulo verde-amarelo). É bom ver que é um bolivarismo, sem as verdadeiras idéias de Bolívar. Aí tem, como diz o povo. E por último, apareceu o Projeto Nacional de Direitos Humanos que, segundo dizem, é para “modernizar” o nosso país. Na sua maior parte, o texto provém de ex-guerrilheiros – bastante refratários à ordem constitucional – e de mentes distantes do cristianismo. Tenho a certeza de que eles não conseguiram captar o inconsciente coletivo da nação brasileira. A distância entre o que o povo deseja, e o que propõe essa elite secularizada, nem astrônomo consegue medir.