Dom Adimir Antonio Mazali
Bispo Diocesano de Erexim
Prezados irmãos e irmãs de Voz da Diocese, nossa saudação e nosso carinho. Unimos nossos sentimentos de gratidão ao final de mais um ano e a esperança de um novo que chega. Estamos no primeiro domingo deste novo ano 2021 e celebramos a solenidade da Epifania do Senhor, mas gostaria de voltar o olhar para o que vivemos no final de 2020 e a abertura deste ano na grande Solenidade de Maria, Mãe de Deus, renovando nossas esperanças neste ano que recém iniciamos.
A gratidão é a expressão de uma alma generosa que não se acha dona de tudo o que possui, mas sabe descobrir o que lhe foi dado por outros generosamente. É o amor que leva à verdadeira gratidão, abrindo a alma para os outros num anseio de entrega confiante. Gratidão que sempre se manifesta em duas direções: para o alto e para o lado.
Gratidão para o alto significa reconhecer os benefícios e graças concedidos por Deus para toda a humanidade e revelados plenamente no mistério do Natal que há pouco celebramos. Gratidão a Deus porque no Menino de Belém, anunciado alos pastores, se dá o verdadeiro encontro de Deus com toda a humanidade.
Gratidão para o lado que significa reconhecer o que dos irmãos, inevitavelmente, recebemos, pois, não vivemos sozinhos e isolados, mas, por natureza, em comunidade.
Ao concluirmos, portanto, o ano de 2020, que nosso coração se abra para este sentimento generoso que é a gratidão a Deus e aos irmãos, pois juntos construímos mais um ano de nossas vidas. Mas lembremos de que dizer muito obrigado não é uma expressão apenas de final de ano, mas uma manifestação de verdadeiro amor com aqueles que, no dia-a-dia de nossa vida, nos ajudam a viver bem e a construir nossa história, especialmente a Deus, o Senhor de nossa história.
A esperança é o outro sentimento que brota vislumbrando a virada para o novo ano que almejamos seja melhor do que aquele que findamos, assim pensam muitos ou quase todos, especialmente deste ano de pandemia.
Para nós cristãos, este novo ano começa com uma grande festa: Solenidade da Santa Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal, celebrado no dia 1º de janeiro.
Com esta festa, renovamos a certeza de que Deus continuará a nos abençoar como fez em toda a história. Revendo a 1ª leitura daquela solenidade, encontramos a bênção de Aarão: “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça brilhar a sua face e se compadeça de ti; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz”. A 2ª leitura nos lembra de que somos filhos e chamamos a Deus – Abbá – Ó Pai. E como filhos somos herdeiros de toda graça que ele nos oferece. Nisto renovamos a confiança.
De Maria, Mãe de Deus, recebemos o salvador – Jesus. Com os pastores, somos convidados a reconhecer esta presença de Deus num Menino enrolado em faixas nos braços de uma Mulher que silenciosamente guarda todas as coias em seu coração. Somos chamados ainda com esta festa a reconhecer em Maria, Mãe de Deus, também a nossa mãe. Senti-la sempre pronta a recordar as grandes coisas que Deus realizou em nossa vida. Nós precisamos de Maria para não perder a grande alegria de viver e acreditar, mesmo quando as provações se tornam grandes e o caminho se torna pesado. De nosso olhar ao presépio, voltemos nosso olhar à cruz e nas duas realidades, Maria nos ensina a estarmos em pé, firmes na fé e confiantes no amor de Deus derramado sobre nós.
Levantemos a cabeça com coragem diante de todos; glorifiquemos e louvemos ao Senhor que não se esquece de nós em nenhum momento. Com Maria e como Maria, Mãe de Deus, reconheçamos também: “O Poderoso fez em mim maravilhas e santo é o seu nome.”.
Com o sentimento de gratidão, concluímos recentemente o ano de 2020 e com o sentimento de esperança iniciemos este novo ano de 2021, comprometidos com a promoção da Vida, da Paz e da Fraternidade Universal. A todos, sinceros votos de um Feliz e Abençoado Ano Novo.