“Eu escutei o grito do meu povo”, afirmou o arcebispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi, no segundo dia de entrevistas coletivas do 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
O arcebispo explicou sobre a importância e a responsabilidade que é a realização do Intereclesial, na capital de Rondônia. “Após sermos aclamados em Ipatinga (11º Intereclesial), como sendo a primeira comunidade amazônica a ser sede de um dos eventos mais importantes da Igreja no Brasil, senti o peso de ser organizador, mas, ao acompanhar a evolução dos trabalhos das equipes e a celebração inicial, senti o quanto é bonito esse trabalho das bases. A força do povo vindo de todas as dioceses do Brasil e que estão reunidas aqui é de se emocionar”.
Dom Moacyr diz que os povos da Amazônia necessitavam desse tipo de encontro, porque “a Amazônia ainda é considerada como uma espécie de colônia pelos governos, ou seja, tudo é explorado, retirado e depredado, mas nada é investido, contribuído, melhorado em nossa região”. O arcebispo ressaltou ainda que o “egoísmo é autodestrutivo, destrói tudo, inclusive o meio ambiente”.
O anfitrião das CEBs em Porto Velho também explica as atuais condições dos povos do Norte do Brasil, afirmando que as periferias das grandes cidades que rodeiam a Amazônia não tem condições de vida. “São condições subumanas e a grande maioria dessa população é formada por indígenas que tiveram suas terras tomadas, sua cultura destruída, são subjugados e marginalizados”, explicou dom Moaryr que finalizou dizendo a frase que se tornou característica dele neste 12º Intereclesial: “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em comunidades distantes, conseguem mudanças extraordinárias”.
